quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A Pessoa de Fora - por Melissa Cipoloni

Quem vê meus olhos - são negros - não me vê por dentro. Eles não são o espelho da minha alma... eles são o reflexo da minha escuridão, que brota de dentro pra fora.

Quem ouve minha voz, menina, pequena... não sabe a mulher amarga que grita e luta dentro do meu coração. Ela o rasga com cada grito de dor causado pelas feridas que a vida lhe fez e que ainda não sarou.

Quem vê minha calma e minha paciência, não sabe da inquietude que estremece meu ser. Não sabe que cada segundo da minha vida é conquistado com a agonia e com o desespero de quem não sabe se vai agüentar viver o segundo seguinte.

Quem me vê feliz, jamais imagina que a felicidade não existe.


Melissa Cipoloni é uma amiga querida que me atura quase todos os dias pelo MSN. É web designer, fotógrafa e também às vezes escreve coisas bonitas como a deste post.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Smile Way of Life!!


Eu sou fascinada por sorriso. Uma das primeiras coisas que olho nas pessoas é o sorriso. E acho que é algo de mais importante que temos. Eu não gosto muito de escrever sobre esse tipo de assunto, porque soa sempre piegas... mas eu acredito no poder do sorriso! Certas situações mudam de rumo quando alguém sorri. A gente freqüentemente passa por situações ruins, vê coisas horríveis acontecendo a todo momento, que às vezes a vontade que dá é de chorar! (e chorar às vezes também é muito bom). Porém, se pararmos pra pensar na diferença entre encarar uma situação sorrindo ou com cara "amarrada", tenho certeza de que nos saímos melhor quando estamos munidos de um sorriso.

Claro, não estou dizendo que rir elimina os problemas e nem estou fazendo apologia ao sorriso falso. Longe de mim. Se não dá mesmo pra rir, melhor ficar neutro então... Mas, como diz a Mafalda (do Quino) na figura que eu deixei fixa aqui no blog, "Sorria. É gratis, e alivia a dor de cabeça"...

Na cena final do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, o casal que passou por sérios perrengues, segue por uma estrada, sem saber direito como nem onde vão chegar, mas ele a faz sorrir, e assim, a caminhada se torna mais fácil... Uma bonita cena, que me faz pensar sobre a força do sorriso...

Estou numa fase meio hard da vida, e sei que não adianta nada perder a cabeça ou ficar de braços cruzados... o único jeito é encarar, e seguir adiante. Então, se eu sorrir pra vida, talvez ela sorria de volta, ou não. Mas pelo menos sorrindo, as chances de receber um sorriso de volta aumentam, assim como manter a testa franzida aumenta as chances de que me olhem também com a testa franzida...

Enfim, sorrir é um bom remédio. E sugiro, caso vc não seja adepto do "smile way of life", que vc comece a sorrir pra vida. Pode parecer estranho e bobo no começo, mas depois a gente pega o jeito e se acostuma. As coisas tendem a ficar mais leves. E se vc já é adepto desse estilo de vida, minhas saudações!!

Algumas pessoas que me conhecem podem pensar "nossa, a Paula falando sobre sorrir, sempre foi tão séria..." e eu digo que nessa vida nada nem ninguém é imutável... Além disso, sorrir não nos torna menos preocupados, é só uma maneira de lidar com a vida e com as situações...

=)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Comercial de Margarina



Devia ser bom se a vida fosse como num comercial de margarina... Acordaríamos sempre num dia lindo com o sol brilhando na nossa janela com cortinas brancas. Levantaríamos da cama com lençóis e edredons em tons pastéis e iríamos direto para a cozinha, onde haveria sempre uma mesa bem posta com frutas, leite, suco de laranja, pães, torradas, geléias e dentre outros itens, a margarina. A margarina seria como se fosse o elixir do bom dia...

— Benzinho, me passe as torradas?
— Claro, amorzinho!
— Hummmm essa margarina é uma delícia.
— E o dia vai ser melhor ainda!
— As crianças já se levantaram?
— Sim, estão se trocando para a escola.

Então as crianças, um garotinho de seis anos e uma “mocinha” de oito, desceriam impecáveis com seus uniformes escolares, felizes em direção à mesa da margarina... Tomariam seu café da manhã, dariam um beijo no pai e a mãe os levaria à escola... Não antes de darem ao Rex, o labrador, uma fatia de torrada com margarina (!), ao que Rex agradeceria com muita animação enquanto roeria a torrada besuntada de margarina.

E o resto do dia? Como seria? O pai iria terminar o café e o jornal e iria para o trabalho. Lá ele encontraria os colegas e os cumprimentaria com um “Bom dia!” digno de apresentador de programa dominical...

Depois de deixar as crianças na escola, a mãe iria à casa da amiga, bateriam papo, dariam risadas, e trocariam receitas culinárias que dentre os ingredientes, teria ela, a margarina, essa substância mágica que transforma o dia das pessoas...

Os comerciais de margarina geralmente só mostram a mesa do café da manhã (claro, visto que a margarina não é o tipo de produto que se consome ao longo do dia...rs), até porque de fato, uma vida como a que os vídeos abaixo tentam mostrar chega a ser desumana...rs Pessoas perfeitas, família SEMPRE unida à mesa, embora fosse bom, não existe. Pelo menos não mais, e se existe é coisa muito, mas muito rara =(

Se realmente a margarina X ou Y tivesse o poder de tornar as famílias mais unidas e as pessoas mais felizes, seria mesmo maravilhoso, mas infelizmente não é assim.

Mas que as crianças dos vídeos são umas gracinhas, isso é verdade!



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hoje quero defenestrar um desabafo.

Hoje eu quero defenestrar tudo o que me faz mal. Tudo o que direta ou indiretamente me faz ficar parada no tempo, que não me deixa avançar. Sentimentos que eu cultivei mas que por qualquer motivo que eu ainda não compreendi, não foram vividos. Quero defenestrar os pensamentos que me atormentam, as dúvidas que me atordoam, as imagens do que não aconteceu e que não acontecerá. Quero defenestrar esta vontade do que é impossível, do que é irrealizável. Quero que tudo isso escape das minhas mãos para a janela do infinito, do lugar dos sonhos perdidos. Quero defenestrar a dor que eu senti e que ainda não foi curada senão com mais dor. Quero defenestrar as ilusões que eu criei e que tive de apagar. Quero esquecer todo o sofrimento que passei por algo que não existia, a não ser aqui dentro. Atiro pela janela agora este desabafo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sexta-feira

Ela estava com pressa. Bolsa pesada, cadernos, agenda e jornal em uma das mãos, na outra uma garrafa d’água. Os cabelos despenteados não chegavam a dar aparência de descuido. Relógio no pulso. Ainda faltavam 30 minutos para o início da aula. Precisava imprimir um trabalho.

Ele estava cansado. Já estava trabalhando algumas horas além do que devia, sem pausa para descanso. Trabalhar o dia inteiro numa sala cheia de computadores era algo realmente fatigante, mas ainda assim aquela era uma boa oportunidade de trabalho, já que como estudante do período diurno, dificilmente conseguiria um emprego melhor.

Ela dirigiu-se então à sala de informática, onde poderia acessar seu e-mail e fazer a impressão. Após esperar por alguns minutos, até que um computador ficasse vago, tentou em vão abrir seu pen drive, que por algum motivo (sobrenatural?) era impedido pelo computador de mostrar o seu conteúdo. Ela então pediu ajuda ao monitor que estava no computador ao lado e, solícito, parecia estar esperando por tal pedido. Auxiliou no que foi preciso, dando-lhe explicações sobre o porque da resistência do computador em exibir o conteúdo do pen drive. Ela então enviou o arquivo para a impressora.

Ao final da impressão foi até o equipamento retirar o material impresso. Eis que o monitor, voltado para a impressora, aguardava com os papéis nas mãos. Ela, que havia notado desde o início a ternura que vinha dos olhos dele, perguntou se havia ocorrido algum problema na impressão. Ele, educado, disse que não, que apenas olhava o documento (que parecia ter despertado algum interesse no rapaz). Perguntou se ela havia extraído aquele material da internet, e a olhava com uns olhos suaves, quase afetuosos. Ela respondeu com olhos igualmente suaves, dizendo que o documento já estava salvo no pen drive.

A conversa muito breve não tinha sentido, senão por aquela leve e agradável troca de olhares.
Poucos segundos que para ambos ajudaram a amenizar o desgaste sofrido ao longo daquela tensa sexta-feira nublada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Leitura inocente sobre o nunca

Peço licença para postar um texto já meio surrado, que já apareceu nos meus blogs anteriores. Mas gosto dele, então aqui vai novamente...

Nunca: palavra pesada como poucas sentenças punitivas conseguem ser. Palavra tão definitiva quanto difícil de escutar (porém muito fácil de dizer). Será?

Nunca não é um sujeito, não é um lugar e nem é um tempo. Nunca é simplesmente algo que à algumas pessoas fere, mas algo que ao mesmo tempo, contraditoriamente, pode até significar salvação de alguma situação: "Nunca mais pisarei naquele lugar imundo", "Nunca mais precisarei fazer aquilo", "Nunca mais voltarei a ver ou falar com Fulano"... e assim, dizendo o nunca, nos sentimos salvos.

Mas o nunca será mesmo assim tão definitivo? Será que ele não é mais um cara com cara de mau, mas que no fundo nem é tão mau assim? É que às vezes o nunca é interrompido. Ele às vezes dá espaço para um talvez. O talvez é aquele cara indeciso ou aquele cara que pondera... Mas o nunca gosta de prevalecer, porque como disse, ele é fácil de ser dito. E assim as pessoas dizem "Nunca!!" e outras retrucam "Nunca diga nunca!". O que querem dizer? Estão desacreditando do nunca? Ou o estão temendo?

É... o nunca é complicado. Porque é uma palavra carregada de ambigüidade. Não no sentido do dicionário. Nunca é nunca, jamais e ponto. Ambígua em suas aplicações, pois pode ser dita hoje, como sendo uma sentença de morte, para depois, talvez amanhã mesmo, ser ignorada, como se tivessem lhe arrancado toda gelidez que havia quando fora pronunciada, deixando o nunca nu diante da mudança, como se lhe tirassem a autoridade, como se ele tivesse sido usado apenas pela imagem que tem, e não pelo seu real significado...

Nunca é muita coisa. Nunca é jamais. E como podemos prever que jamais acontecerá alguma coisa novamente? Como prever que jamais voltaremos a sentir ou pensar alguma coisa? Como prever que jamais voltará a acontecer o que o nunca decretou que não aconteceria? Difícil, né...

Para uns o nunca dá medo, para outros, ele não exerce mais nenhuma influência. E é assim que as palavras vão perdendo seu sentido. Muitas vezes quando são ditas assim, à torto e à direito, acabam mesmo correndo risco de perderem seu sentido... E o nunca, agora, pelo menos para mim não tem nada de definitivo. É uma palavra 'oca', como se quisesse impor algo que não consegue mais. Uma palavra derrotada, desapropriada do seu poder em um mundo completamente vulnerável a mudanças.

Acho que eu só voltaria a acreditar no nunca se eu pudesse ir viver na Terra do Nunca. Ali sim ele deve reinar, glorioso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pensamento em branco

Animada com a idéia de voltar a ter um blog, pensou em como o administraria. Uma postagem por dia. Sim, parecia uma boa meta... mas será que conseguiria manter esse ritmo, quer dizer, será que todos os dias ela teria algo a escrever? E será que a cada dia ela teria apenas 1 coisa sobre o que falar? Parecia que não... então resolveu fazer assim: quando estivesse com pique para escrever, escreveria tudo sobre tudo o que tivesse na cabeça e deixaria salvo em uma pasta. Assim, compensaria os dias em que não tivesse nada para escrever e com isso a chance de haver no mínimo uma postagem por dia ficaria maior.“Poxa, que pensamentozinho mais fútil”. Ela sabia que não era possível postar todos os dias. Além disso, havia a possibilidade de que logo ela se cansasse do blog e o excluísse outra vez. E afinal, por que é que alguém iria pensar em quantas vezes por semana o blog é atualizado? Ora, mais importante do que pensar na quantidade era pensar na qualidade, e isso ela sabia que teria que desenvolver muito ainda. Mas havia coisas em que ela pensava mesmo sem querer, e naquele momento, naqueles três minutos era nisso que ela havia pensado: em postar ao menos 1 vez por dia. Depois olhou para si e percebeu o quanto aquilo tudo era ridículo. Ninguém pensa sobre isso. Quem realmente escreve simplesmente se preocupa com a qualidade do que vai postar. Por isso resolveu defenestrar aquela folha. Aquilo era realmente algo que merecia ser atirado pela janela. Mas como não fazia porquices desse tipo, não jogou o papel pela janela. Achou melhor publicar aqui.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Outro blog, outra vez...

Aqui estou eu maaaais uma vez criando um blog.

Afinal porque é que eu crio blogs e depois de um tempo eu os excluo? Será que eu não gosto da idéia de ter blog? Mas gosto da idéia de poder escrever o que eu quiser e publicar para quem quiser ver...

Será que é só por vergonha? Talvez. Eu sempre usava nomes fictícios.

Mas não importa... aqui estou eu outra vez, com outro blog.

O nome, Defenestrações, é o mesmo que eu usei na última vez que fiz um blog, e que durou apenas um final de semana. Três postagens e o excluí. Mas agora espero deixar que este continue por mais tempo, mesmo que em alguns momentos eu não sinta vontade de usa-lo.

Eu acho "Defenestrações" um bom nome, já que defenestrar significa atirar coisas pela janela, e é mais ou menos o que eu faço num blog: escrevo coisas e atiro pela janela, a janela da internet.

Talvez eu use o blog como diário, ou talvez como um repositório de tentativas frustradas de bons textos ou poemas, quem sabe eu um dia consiga escrever alguma coisa bacana? Nada é impossível...rs

Hoje, 7 de novembro de 2007. Lá vou eu começar outro blog, outra vez...