quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

Vem aí um ano novinho em folha. (E junto com ele, uma nova gramática)

2008 foi um ano bem bom, mas tomara que que 2009 seja ainda melhor =)


terça-feira, 30 de dezembro de 2008

a quatro mãos

Loucura consciente é out
Loucura consciente é um paradoxo
Loucura consciente é um paradigma
E porque não dizer, um cataclisma?


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

delírio?

acho que estou padecendo de um mal que há séculos atinge a humaninade: estou ficando louca.
tudo começa com a curiosidade, você começa fazendo perguntas, das quais muitas ficam sem resposta. quando você percebe não está mais conseguindo dormir, porque começa a se questionar sobre qual é o sentido da vida, por que a humanidade está como está, por que há deus para uns e para outros não, será que deus existe mesmo, será que a melhor é a católica ou a protestante, será que o melhor mesmo é ser simplesmente cristão, será que a melhor é a umbanda ou o espiritismo, será que o budismo, o hinduísmo, será que tem alguma coisa depois que a gente perde os sentidos e morre. as questões sobre religiosidade, sobre deus, sobre morte, estão intimamente relacionadas com as questões sobre o que rege esse universo, que forças são tão capazes de fazer com que a gente simplesmente viva todo dia sem quase parar para pensar no que é que nos dá vida, o que nos diferencia uns dos outros, o que faz brotar a individualidade de cada ser humano. será que temos destinos já traçados, será que nós escrevemos nossa própria sorte, será que a gente tá mesmo no mundo, será que eu não sou você.
será que eu tô ficando louca?

(texto candidado a ser deletado em breve)

domingo, 28 de dezembro de 2008

José Saramago

"(...)
Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
(...)"

(pequeno trecho do texto "Este mundo da injustiça globalizada", lido no Fórum Social Mundial de 2002)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Voar...


Ele adora a sensação do vento nos cabelos, no rosto e até a leve falta de ar, causada pela velocidade. Gosta de planar e ver tudo movendo ao redor. Toda vez que tem a possibilidade de voar, nem que seja por poucos segundos, sempre o faz com gosto, pois não é o tempo todo que isso acontece, já que não nasceu na classe das aves e, portanto, não possui asas...

Na verdade ele não escolhe os momentos de vôo, estando sujeito à vontade alheia. Não se tem certeza se de fato ele gostaria de ter nascido com asas, afinal um bebê ainda não sabe se expressar verbalmente, talvez não saiba nem o que gostaria de ser... Mas a expressão de alegria em seu rosto durante os curtos rasantes é contagiosa!

Ele nunca falou sobre se gosta mesmo de voar, mas os que o vêem podem aferir isto facilmente, pelos risos que se soltam de seu rosto e os olhinhos que se arregalam curiosos.

Aos seis meses de idade, ele “voa” nos braços dos mais velhos e com sua risada enche de satisfação estes que tanto apreciam fazê-lo feliz e que tentam, como podem, tranqüilizá-lo em seus momentos de “dificuldade”, como quando a mamadeira atrasa alguns minutos ou quando os brinquedos lhe caem das mãos – que ainda não apresentam total destreza para procurá-los e pegá-los de volta quando estão longe.

Ele gosta de voar, mas talvez quando crescer não se lembre mais disto. Provavelmente não se lembrará de como disputávamos para ver quem o faria dormir, quem daria mamadeira, quem o pegaria no colo quando estivesse manhoso ou quando acordasse assustado de seus cochilos.

Ter um bebê em casa é uma experiência transformadora. E eu, apenas na posição de tia, me sinto também responsável pelo desenvolvimento dele; me sinto preocupada com o mundo no qual ele nasceu, vai crescer e se tornar adulto. Imagine o pai e a mãe...

Penso que trazer alguém para o mundo é algo muito difícil, porém mágico. Não me atrevo a dizer que “ser mãe é padecer no paraíso” ou qualquer outro clichê, afinal até agora só estou para titia...rs. Mas é que desses seis meses que tenho acompanhado minha irmã e meu sobrinho, pude perceber que a experiência de ter um filho é uma das coisas mais revolucionárias para um ser humano.

Provavelmente quando for adulto, ele não se lembre de quando era um bebê, mas nós lembraremos. E acho importante que ele cresça sabendo que sempre teve muita gente ao redor dele disputando seus sorrisos, seus pulinhos, suas palavras que não entendemos. E que conforme for crescendo, ele saiba que as pessoas não são todas iguais, não têm sempre as mesmas chances, assim como não têm as condições todas iguais, mas nem por isso são menos ou mais importantes.

Espero que quando ele crescer, consiga voar mais alto do que nós o fizemos, para que possa alcançar, junto com os outros da geração dele, aquilo que até agora não conseguimos. Que ele faça parte de um mundo melhor e que ele atue na construção e manutenção dele. Espero que ele tenha sempre estes olhos curiosos que tem hoje. E que alce vôos cada vez mais altos. Ele parece mesmo gostar.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

sonhando


hoje eu queria estar numa savana onde os bichos são de pelúcia ou movidos à pilha. não queria ter dores de cabeça pensando no que virá na semana que vem. queria estar mergulhada numa piscina de água de cor rosa-choque e tomando suco de dentro de um abacaxi. eu queria ter uma armadura que permitisse destruir tanques de guerra. queria não ter que usar despertador pra não perder a hora. queria que o sol fosse um girassol e que as nuvens tivessem escadas. eu queria transformar sonhos em realidade e não ter que ficar na fila do banco. eu queria não ser tão boba.