segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

2010

Foi um grande ano na minha vida... eu não costumo escrever retrospectivas, mas acho que este ano merece ao menos uma tentativa. Eu o comecei com muita apreensão vinda do ano anterior, eu precisava me formar, precisava terminar a monografia, precisava encerrar o tempo da graduação e foi no começo de março que eu consegui isso. Pouco depois, em maio, fui chamada para assumir o cargo de professora na Prefeitura de São Paulo, concurso que havia prestado no ano anterior e que eu estava aflitíssima com medo de não dar tempo de pegar o diploma pra poder trabalhar. As coisas acontecem sempre à hora certa... tudo encaixou certinho! Esse ano marcou o meu início na escola, como professora. Claro que foi muito difícil, tudo foi novidade, desde a relação com as crianças até a parte burocrática do preenchimento de diários, da atribuição de notas, controle de faltas etc. Mas foi um ano muito bom, no qual comecei a aprender muita coisa, conheci um monte de gente bacana e pude me conhecer mais também...

Só que nem tudo foram flores em 2010... foi um ano em que eu praticamente não tive vida pessoal... e isso me deixa triste. Eu quase não encontrei meus amigos neste ano, e isso é uma das coisas que eu quero priorizar a partir de agora. Sim, agora mesmo, não a partir do dia 01 de janeiro do ano que vem...

Também não gosto de fazer resoluções para ano novo, mas para 2011 há algumas coisas que eu pretendo, como ver mais meus amigos, me divertir mais, viajar mais, comer coisas mais saudáveis, levar uma vida mais saudável, organizar melhor meu tempo, organizar melhor minhas coisas (armários, mesa, gavetas...rs), tirar a carta de habilitação, aprender algo novo sempre que for possível...

Bom, isso não chegou a ser uma retrospectiva, porque não foi somente isto que me aconteceu durante o ano... ainda bem não?! Mas quis deixar registrado pra que eu me lembre que este ano foi um marco na minha vida, foi o ano em que deixei de ser aluna para me tornar professora, foi o ano em que me vi fazendo aquilo que há tempos sonhava fazer e, embora eu tenha errado em algumas partes, como no caso, ter negligenciado a minha vida pessoal, foi um ano bem feliz na minha vida.

Aos amigos da blogosfera, agradeço pela companhia e espero que a gente continue trocando ideias. Aliás, também pretendo voltar aqui com mais frequencia, deixar de lado a autocensura e tentar escrever mais.

A todos, um muito feliz 20!!

domingo, 28 de novembro de 2010

O que eu queria agora

O que eu queria agora mesmo era começar uma viagem sem previsão de final, indo por todos os lugares que a imaginação mandasse, viajando ao sabor do vento e descobrindo segredos dos lugares por onde sempre desejei passar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ambiente


“A arquitetura como construir portas,
de abrir, ou como construir o aberto;
construir; não como ilhar e prender;
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que se abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
(...)”

João Cabral de Melo Neto, Fábula de um Arquiteto

domingo, 19 de setembro de 2010

Sou careta, me embebedo de rock!

Quem me conhece sabe que nunca fui de frequentar assiduamente as noites paulistanas. No entanto, um convite de uma amiga para ir conhecer com ela um lugar na Vila Madalena famoso pelo famoso nome de um famoso vocalista de uma famosa antiga banda - Morrison - me fez sair de casa numa noite de sábado que contava com cerca de não mais que 12 graus de temperatura acrescidos da sensação térmica de uns dois graus, dada pelo vento cortante e constante.

Pois bem, saí de casa. Uma fila pequena não deixou que as expectativas crescessem tanto, assim, me surpreendi muito mais do que me decepcionei. Já tinha ouvido falar muito desse lugar e o que encontrei não ficou a dever em relação ao que eu imaginava. Um lugar aconchegante, tocando música boa o tempo todo (rocks de todos os tempos, mas principalmente anteriores aos anos 2000, ufa!) intercalando com blocos de uma banda ótima (Rockstock, muito boa mesmo!) tocando ao vivo e botando a galera pra pular, atendimento simpático, banheiro limpo!

Mas o que me faz escrever esta postagem não é o lugar onde fui. O que me fez ficar pensativa foi como as pessoas saem de suas casas numa noite fria para simplesmente encher a cara e perder a noção. Eu também gosto de beber um pouco, mas não curto ficar bêbada. Não prego nenhum tipo de moralismo, nem mesmo prego a sanidade mental (que nos dias de hoje é tão fácil de ser perdida ou esquecida). Mas sei lá, fico pensativa vendo que as pessoas estão à procura de se perder simplesmente, de perder o prumo, de sumirem de si mesmas, de não saber direito o que estão fazendo nem com quem. Curtição é ficar bem louco, é cair no banheiro e vomitar o álcool que o estômago rejeita.

Eu ainda prefiro viajar no som, nos acordes que aqueles caras tiravam fazendo covers tão fiéis que me sentia num show diferente em cada música (era como estar no show de cada uma das bandas tocadas). Sou babaca, sou careta, mas me lembro de tudo que fiz, das pessoas que vi, de com quem falei e principalmente de como cheguei em casa e, até agora, isso me tem sido suficiente.

domingo, 12 de setembro de 2010

Palanque

A voz. O povo. A promessa. A indignação. As palmas. O absurdo. A retórica. A ação. A encenação. O ovo. O rosto. A velocidade. O impacto. A casca. A quebra. A sujeira.

A vergonha, não.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Anotação para meu psicoterapeuta imaginário

Não sei lidar com o tempo. Não sei explicar o que acontece. Esse ritmo frenético de constante conexão pelos meios tecnológicos (internet, celular) me faz sempre ficar pra trás, sem perceber o quanto o tempo passa rápido e eu já estou há meses sem falar com pessoas que eu gosto.

E o que acontece é que quando vou tentar contato, percebo que a coisa soa artificial, porque parece que algo ficou adormecido, ou desligado. Dá uma sensação como se as coisas acontecidas durante o tempo de afastamento tivessem tornado os interesses incompatíveis... a conversa não engrena no mesmo ritmo, as piadas já não acontecem do mesmo jeito, nem a fala é mais parecida com o que era antes, será que ainda posso usar aquele apelido?

Me sinto muito mal por não conseguir levar a vida de um jeito normal - ou próximo do comum, já que até hoje ninguém conseguiu definir normalidade de um jeito definitivo. Minhas coisas são sempre atrasadas, eu tô sempre em cima da hora, sempre perdida, sempre enrolada, ao mesmo tempo em que quase nada acontece.

Eu sei que devia procurar um médico. (Ou, talvez, um louco.)

Mas me limito a sentar e escrever uns rabiscos pra tentar organizar um pouco dessa angústia que eu tô sentindo aqui agora. E me pergunto: quanto mais vai me custar esse jeito distraído de estar no mundo?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

a memória dos lugares


Os lugares estão impregnados das situações das quais foram palco.
Basta uma passeada para sentir e reviver fatos acontecidos com pessoas que já não vemos mais.
A lembrança vai puxando barulhos, vozes, cores e sensações, como o cheiro da padaria de esquina, naquela rua onde havia sempre o encontro entusiasmado do grupo que estudava e sonhava com um jeito de transformar o mundo. Ou, ao passar por aquela avenida, o som dos carimbos do escritório onde se trabalhou durante anos a fio, batendo cartão 44 horas semanais. Também o som das conversas à espera do ônibus na volta para casa. Ou na estação de trem, a lembrança das conversas silenciosas entremeadas por abraços de despedida. A ida ao parquinho no qual não se ia mais desde os seis anos de idade e a surpresa de notar como tudo parecia ser tão maior do que de fato é!
Todos os lugares estão impregnados de memórias. Basta estar atento e elas automaticamente chegam.

fonte da imagem

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Faxina

Joguei fora o que não precisava.
Liberei espaço nas gavetas.
Comprei um caderno novo.
Organizei as prateleiras.
Tirei toda a poeira.
Coloquei no lugar o que estava fora.

Agora já posso bagunçar tudo de novo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Noite daquelas - Cidadão Instigado

"Eu não sei o que falar sobre as estrelas que povoam este meu céu

Que brilham, que brilham e brilham mas não me dizem nada
A noite mal começou, e eu já me sinto tão louco.
Me dá um tempo, eu vou ali no balcão e volto logo
Voltei!
Decidi olhar de novo para as estrelas
Quem sabe dessa vez, depois de mais uma dose, eu possa conseguir exergá-las melhor?
Mas no fundo tudo não passa de uma fuga.

É, é complicado procurar alguma coisa onde não existe nada e se você prestar bem atenção vai concordar comigo, hoje eu estou meio opaco e os seres opacos precisam de qualquer coisa para se iludir.

Lá se vem três amigos meus, massa!!

Vou dividir um pouco da minha loucura com alguém.
Falei, falei e falei e eles também falaram.
Descobri, eu não precisava ouvir nada das estrelas, eu só queria conversar com alguém.

Pois é isto, esta foi mas uma noite daquelas que a gente passa de bobeira tentando aliviar a dor do coração

E grita por um socorro, mas ninguém consegue lhe ouvir.
Tem um cara estatelado ali no chão
Deve estar pior do que eu.

Falou galéga eu vou pra casa..."

quarta-feira, 7 de julho de 2010

começo


Eles não me enxergam. Eles não me escutam. Eles exigem. Eles se impõem. Eles querem demais. Eles não querem nada. Eles não esperam. Eles não entendem. Eles não perguntam. Eles não respondem. Eles são. Eles estão. Eles não sabem. Eles sabem muitas coisas. Eles desafiam. Eles precisam. Eles serão.

terça-feira, 6 de julho de 2010

"objeto quase"

Ontem meu fone de ouvido voltou a funcionar normalmente depois de eu tê-lo abandonado por alguns meses dentro de uma gaveta na escrivaninha.
Voltou a funcionar como se só tivesse precisado de um período de descanso.

sábado, 24 de abril de 2010

. viagem

Passeio pela estrada, por um caminho pisado, debaixo de um céu azul como não se vê na cidade. Procurando ir pra longe sem me afastar tanto de mim. Capim, bicho de mato, calorão, mosquito. Abraços, risadas, "como você cresceu!", saudades, conversas fora, genes. Tudo igual a todas as outras vezes, mas com alguma coisa diferente. Nunca havia contemplado minha vó desse jeito. Nunca havia reparado no fundo da cozinha dela. Dessa vez tudo tinha um gosto diferente.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu odeio a Telefonica! Um desabafo.

Como se não bastassem os problemas no atendimento, problemas com Speedy e os milhares de motivos que fazem com que esta empresa esteja sempre no topo da lista de reclamações, agora mais essa.

Estava eu em casa com minha mãe e meu sobrinho quando toca o telefone. Uma moça se apresenta pedindo para falar com o responsável pela linha telefônica. Eu digo que meu pai não está em casa e que ela pode falar comigo. Então ela diz que a Telefônica está contatando todos os clientes para informar que por lei, a partir de 2010 a Telefônica não pode mais cobrar a taxa de assinatura. Ótimo! Fazia tempo que esperávamos por isso, não é mesmo? Aliás, que gentileza essa empresa ligar para avisar sobre isso... estranho.

Bom, mas ela continuou. Disse que seria necessário substituir o plano de minutos, oferecido até então, por um outro, pois a Telefônica não oferecerá mais os planos de minutos. O plano que nós utilizamos aqui em casa é o de 200 minutos (que foi automaticamente adicionado quando entrou essa medida de cobrança por minutos). Aqui em casa a gente não utiliza muito o telefone para ligações locais, só interurbano e celular. Acontece que mesmo assim, temos de pagar por esses 200 minutos em ligações locais, pois é o que consta mensalmente em nossa conta:

“Assinatura Mensal – Plano Básico 200 minutos: R$ 40,35”

Pagamos isso todo mês além do Speedy, e ligações interurbanas e para celular. Então, se não teremos mais de pagar assinatura, ótimo, porque teremos uma economia de 40 reais por mês.

Ocorre que a moça me informou que teremos de optar por um novo plano para ligações locais, sendo que o mais barato disponível é no valor de R$ 54,90 mensais – fora o que a gente utiliza em celular e interurbano.

Não sei se tô conseguindo fazer transparecer minha revolta. Não temos a opção de não ter planos por não utilizarmos o telefone para ligações locais. (Claro que utilizamos, mas quase 100% de nossas ligações NÃO são locais).

Se houvesse justiça, pagaríamos apenas os custos de ligações locais que realmente fazemos, mas não é o que acontece. Pagamos esse plano de minutos todos os meses mesmo que não liguemos o equivalente ao valor e agora, com a lei que proíbe a cobrança de assinatura telefônica o que temos é só uma mudança de nome na cobrança, porque tudo continuará igual para nós. Pagaremos por algo que não utilizamos. E pior, pagaremos ainda mais caro (de R$ 40,35 para R$ 54,90).

Pedi para a mocinha aguardar, pois teria de verificar essa informação pra ver como faríamos. Ela disse mais: que se até amanhã não confirmássemos o plano que vamos utilizar, quando formos ligar lá para fazer a alteração teremos de pagar uma "taxa de habilitação".

Peraí, a Telefônica precisa deixar de cobrar assinatura, conforme disposto em lei. E para mudar o plano OS CLIENTES precisam pagar mais caro e ainda por cima, terão uma taxa de habilitação?

Tem de ter alguma coisa errada. Como é possível que algo assim aconteça? Eu me sinto palhaça. Simplesmente isso.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Arrumações e lembrações

Ontem foi um dia de arrumação de gavetas e armário. Dentre moedas de 0,05 e 0,10 centavos que totalizaram 1,30 (um achado providencial!), encontrei muitas lembranças saudosíssimas. Sou daquelas pessoas que guardam coisas, muitas. Souvenirs do passado abundam nas minhas gavetas, prateleiras e caixas. Simplesmente não consigo me desfazer. Quem guardaria as velas do 16º aniversário? Eu, pra lembrar da festa surpresa que ganhei feita com a compactuação de tantos amigos que há tanto tempo não vejo mais, no mesmo ano em que entrei para o meu primeiro emprego de carteira assinada. Também guardo lembranças dos ex-namorados, fotografias, cartões de aniversário que ganhei de amigos, bichinhos e bonequinhos de bisquit, de pelúcia, e até a engrenagem de uma caixinha de música. Tudo guardado, cada coisa uma lembrança.
Vivo muito com a cabeça no passado e no futuro, é por isso que o presente passa quase sem que eu perceba. É incrível, pra não dizer irônico, como o tempo passou escandalosamente rápido nos últimos anos. Eu não consigo acreditar que estou às portas dos 26. Não vivi todos esses anos. Isso me angustia, mas outra hora eu falo disso. Ou nem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Bloqueio mental e autocensura

No labirinto de letras empilhadas mora um texto que ainda não foi escrito. Palavras que ora se juntam, ora se afastam pertubam a mente de quem dedilha o teclado e folheia livros procurando o fio que ordenará parágrafos numa estrutura coesa. O escuro que ronda o caminho das palavras até as linhas do papel atrapalha o montar das peças e quando enfim estas se agrupam, dão um resultado semelhante a torres mal construídas, prestes a cair ao primeiro dos sopros que sempre acompanham os comentários argüidores. Encontrar o fio que aprumará estes emaranhados não tem sido fácil, neste escuro. Mas a busca é incessante e certamente haverá resultados, só não se sabe se positivos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



"Quando muita gente fica ridícula,

começa parecer normal"



[ouvi num filme do qual não lembro mais o nome]

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

oasis

Perdendo

Na vida a gente passa quase o tempo todo aprendendo. Mesmo sem perceber aprendemos a respirar, a andar, a falar, a contar... e aprendemos aos poucos coisas mais complexas que em muitos casos não paramos nunca de aprendê-las. Vamos tentando sempre saber a forma exata de falar o que pensamos, de expressar o que sentimos, de desenhar uma casa que imaginamos, de descrever um pôr de sol, de cantar uma melodia, mas quase sempre conseguimos resultados aquém do desejado. Mas estamos sempre aprendendo...

Chega um tempo em que passamos a aprender coisas difíceis, às quais muitas vezes resistimos. As regras de acentuação, orações subordinadas, matrizes transpostas, polinômios, química orgânica, certas coisas nunca chegamos a aprender, como a melhor maneira de dizer adeus, ou qual o melhor lugar pra se contar as estrelas.

Na vida a gente passa o tempo todo perdendo. Mesmo sem perceber estamos sempre a perder meias, a perder moedas, a perder a prática, a perder prazos. Vamos tentando sempre saber uma forma de não mais perder as coisas, e inventamos porta moeda, guarda-roupa, sapateira, porta-treco, gaveta, agenda. Mas estamos sempre perdendo...

Chega um tempo em que passamos a perder coisas valiosas, as quais não recuperaremos jamais. Perder amizades, perder o amor, perder o sabor de fazer alguém sorrir.

Dificilmente se aprende a perder. Perder é um dos aprendizados mais difíceis ao ser humano, porque tudo que se perde leva consigo um pedaço de quem perde. E não se aprende a perder pedaços. Não sem dor.

Na vida a gente passa quase o tempo todo aprendendo.