quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Defenestrações, por Mari Migliacci

Atiro-me, desgarrada, infame, desprotegida. Atiro-me aos braços do amigo, do inimigo, do sorriso, da lágrima. Atiro-me ao riso, à dor, ao sofrimento. De olhos fechados, prendendo a respiração, atiro-me para frente. Meus pés desgrudam-se lentamente da superfície gélida. Atiro-me ao infinito, liberto-me do insuportável, desagradável, do desconforto, do desaconchego. Atiro-me à liberdade, à esperança, ao sonho. Atiro meus textos em páginas em branco. Minhas idéias desconexas e confusas ao acaso. Minhas histórias pela janela. Defenestro-me, e assim o faço com minhas elucubrações, minhas paixões, meus desejos.

Amo esta gatíssima mana Mari Migliacci. Linda que conheci na época do vestibular e nunca mais quis largar. Infelizmente neste ano pouco nos vimos... mas nos prometemos nos encontrar com mais frequência em 2010. Que assim seja!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

mediocridade

gosto do meio. é nele que os extremos colidem e a ambiguidade governa implacavelmente.

[john updike]

. imaturidade

Havia um tempo em que eu sentia que eu não estava vivendo, que eu precisava de mais. De mais o quê? Era isso que eu achava que sabia, mas de fato não sabia. Achava que precisava sair mais, ver mais gente, ler mais, ver mais filmes cult, ver os filmes que "todo mundo via", conhecer as bandas que "todo mundo ouvia", ter mais amigos no circuito da Augusta e adjacências, viver mais intensamente, talvez. Talvez viajar pra longe. Como se com isso minha vida fosse ser mais feliz. Hoje eu vejo que embora eu ainda queira muitas dessas coisas - não mais todas - me parece que não vai ser isso que vai mudar minha vida. Na verdade já entendi que a vida da gente não muda assim. Não com isso. Mas muda quando a gente começa a fazer diferença pra alguém, quando outra pessoa coloca na gente certas expectativas que a gente aflige corresponder - e nem sempre consegue. A vida da gente muda quando a gente se percebe como de certa forma responsável pelo que pode acontecer a outra pessoa. Quando a gente percebe que somos nós mesmos que temos de fazer o que é preciso fazer para que algo aconteça, sem esperar que façam por nós. Quando começamos a amadurecer. E isso acontece vivendo, sem dúvida - e errando também. Mas como se vive depende de quem se é, o que por sua vez depende do caminho que se percorreu até hoje, e isso embora não possa ser determinante para o futuro, determina muito do que somos. Assim, mesmo que nunca tenha tido o costume de sair muito ou que não tenha uma bagagem cultural da qual se diga "minha nossa, quanta cultura", sei que vivi coisas que outras pessoas não viveram. Sei de coisas que outras pessoas não sabem, vi coisas que outras pessoas não viram, conheço lugares a que outros não foram. Tenho minhas próprias preferências, minhas próprias referências, minha própria história. Por isso já me sinto feliz por ter passado da fase de ficar esperando que um toque mágico do céu me transformasse numa pessoa "interessante, descolada, chocante e bacana". Hoje espero que a vida faça mais sentido, sim, mas à medida em que eu aprenda a lidar com as situações por mim mesma, e não querendo agir de uma forma que supostamete seja ideal. Tô bem atrasada com isso, mas ok. Nesses casos, melhor tarde que nunca.

sábado, 28 de novembro de 2009

Quem sabe

Talvez eu só precise colher tulipas numa plantação gigante na Holanda.
Ou quem sabe pegar um carro e me dirigir sem rumo por uma auto-estrada novinha em folha.
Pode ser que seja divertido correr atrás de crianças fingindo ser um bicho papão.
Ou anotar num papel de pão o endereço de alguma liquidação.
Talvez não se precise muito pra ser feliz, assim como muita gente é feliz com uma barraca de raspadinha, com um brinco de pedrinha, ou com um churrasco na laje, ao invés de um diploma da universidade.

sábado, 21 de novembro de 2009

Novelinha mexicana

Saiu andando rapidamente. Lágrimas discretas escorriam de seus olhos enquanto deixava para trás um rastro de firmeza, de certeza. Para trás ficaram também aquelas pessoas que a olhavam: alguns com pena, outros admirados, outros assustados. Nenhum deles sabia de verdade o que tinha acabado de acontecer, ou talvez até soubessem.

Um noivado de aparências que já durava seis anos aos trancos e barrancos e que estando ruído por dentro, não resistiu à descoberta de um fato concreto que colocaria finalmente um ponto final a uma história esvaziada de sentido, de paixão, de verdades.

Ela era uma mulher que com seus vinte e seis anos ainda não tinha certeza do que queria para sua vida, mas sabia exatamente o que não queria... clichê típico de mulheres cuja personalidade ainda está em formação, mas que não a tornava menos interessante.

Ele era um cara tipicamente imaturo aos vinte e nove anos. O pedido de casamento foi feito mediante uma cena tão romântica quanto piegas em que houve até posição de joelhos e lágrimas nos olhos – dela. Amor construído na faculdade, quando ambos tinham as mesmas fantasias de um futuro fantástico com viagens de exploração pelo novo continente, filhos feitos entre fronteiras dos mais diversos países, e um espírito de luta.

Seis anos depois tudo aquilo foi virando pó à medida em que as horas passavam e os dois cada vez mais se viam caminhando por direções desencontradas... ela já não sorria mais ao atender os telefonemas dele. Ele já não lhe abria mais a porta do carro.

Nunca chegaram a sair do país juntos, portanto também nunca fizeram filhos em qualquer lugar do mundo. O espírito de luta havia esvaído-se aos poucos, quando a cada semana viam o arrefecer daqueles ideais que antes pareciam-lhes tão possíveis.

Por mais que se tentasse remediar, não dava mais. Tudo havia chegado ao limite. Não havia mais como continuarem vivendo juntas duas almas tão diferentes.

Ele fora flagrado com outra, por ela.

O flagrante nem significava muito por aquilo que era, mas pelo que poderia proporcionar. O final de um relacionamento longo e decadente. Sem que tivesse que levar em conta os protocolos sociais que o fim daquela relação custaria. Famílias que se haviam ficado tão satisfeitas pela união, já dada como eterna, de repente viam tal reação incisiva vinda da jovem e doce que sempre fora tão compreensiva.

Mas tratava-se de uma questão de sobrevivência, de dignidade. E o fim - afinal - aconteceu.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Do entusiasmo pela magia recém descoberta

Falava sobre teatro de bonecos e tinha um grande entusiasmo. Acreditava no que dizia, baseado nas falas das crianças com as quais lidava ocasionalmente. Transmitia uma sensação de tranquilidade. De seus olhos brotavam um cenário colorido com cheiro de infância e fantasia, sem a tormenta das preocupações rotineiras...
Estava eu no ponto do ônibus circular da Cidade Universitária, quando chegou este senhor alto, barbas brancas, boina e olhos muito azuis e me perguntou se o circular costumava demorar... Ninguém nunca sabe e eu também não sabia. Ele então comentou que havia saído de sua casa, em Sorocaba, às 4:15 da manhã e havia chegado na universidade somente àquela hora – eram 8:10. Falou sobre o trajeto que o ônibus faz e também falou sobre a existência de vans clandestinas que, embora mais baratas, não garantem a mesma tranquilidade que os ônibus oferecem ao custo de 4 reais a mais. Eu então comecei a me interessar pela forma como ele conversava... é sempre agradável escutar os mais velhos. Então perguntei se ele teria aula e ele disse que sim, que ia para uma aula que faz na Escola de Comunicações e Artes. Uma aula do curso sobre teatro de bonecos. E seus olhos começaram a brilhar enquanto me contava sobre algumas peças de teatro de bonecos. O circular nunca passava e eu teria seguido a pé, afinal eram só dois pontos de distância, mas eu estava achando muito bom escutar as histórias que ele relatava com tanta satisfação. Contou detalhes sobre o mestrado que está escrevendo a respeito de como dar vida aos bonecos no teatro. E o brilho nos olhos. Ele disse que tem 74 anos. Fez Engenharia no Uruguai e há uns vinte e cinco largou a carreira porque não se sentia satisfeito. Há cerca de cinco anos começou trabalhar com o teatro de bonecos e não consegue imaginar outra coisa que o deixe mais feliz. O contato com as crianças e a mágica que está presente no teatro de bonecos é algo que ele percebe com apuro e que fazia questão de passar adiante.

Nesse episódio, o que mais me chamou atenção foi o encanto daquele senhor pelo que ele havia descoberto tão recentemente e que parecia ter mudado sua vida, da Engenharia, para o teatro e as crianças... me deu uma sensação de que a cidade precisa de mais pessoas apaixonadas por novas descobertas e que queiram adicionar entusiasmo e cores ao dia alheio.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sessão abobrinha: despertadores

Demorei para me convencer disso, pois sempre acreditei no contrário: despertadores são amigos. Eles nos salvam do inconveniente de perder compromissos por dispensarmos mais atenção ao sono do que ao estar desperto. É que a forma indelicada com que ele costuma fazer isso acaba causando alguns desgastes emocionais, no entanto, não há uma forma eficiente para acordar alguém cansado, a não ser com um pouco de rispidez, como só os despertadores sabem fazer.

Claro que há vários tipos deste instrumento, desde os mais antigos até os mais modernos, distinguindo-se por tipo de som, tamanho, uso ou não de pilhas etc.
Eu prefiro aqueles bem barulhentos que funcionam à base de corda. É infalível: você dá corda nele diariamente e ele te acorda eficazmente com um sonoro "trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrnnn". O único inconveniente é que ele acaba acordando também os vizinhos mais próximos.

Outra opção é o rádio relógio, que te acorda com (nem sempre) agradáveis melodias. O maior inconveniente deste modelo de despertador é quando durante a noite ocorre queda de energia, o que faz com que o despertar no horário programado não ocorra, dando origem a uma das desculpas verdadeiras mais falsas que conheço: "desculpe, me atrasei porque faltou luz à noite e o despertador não tocou"... Hmm.

Um meio termo entre o alto som do relógio de corda e a vulnerabilidade do rádio relógio e que já está entre os mais utilizados, são aqueles reloginhos quadradinhos de plástico made in China, que funcionam com uma pilha média. O sonzinho é mais ou menos como um "pipipipi pipipipi pipipipi..." que eu acho pouco eficiente... essa cadência sonora ao invés de me despertar costuma embalar mais meu sono, principalmente quando a pilha vai ficando fraca e o barulhinho fica mais lento...

Há também os celulares, mas eu não gosto deles.

Pra dar fim a essa conversa vazia sobre despertadores, aqui vão alguns modelos bem interessantes que encontrei numa dessas passeadas desinteressadas pela rede mundial:


Bem bonitinho, este só para quando você consegue montar o quebra-cabeça. Não dá pra não acordar né?



Este é estilo McGiver, precisa ser desarmado, como uma bomba, pra parar de tocar.



Este sai voando pelo quarto. Você precisa se levantar mesmo pra desligar, não tem aquela história de esticar o braço e voltar a dormir.




Já este é mais violento, para aqueles casos de pessoas extremamente resistentes ao novo dia. Ele chacoalha a pessoa e aí não tem jeito, tem que levantar.



Esse foi o que achei mais interessante: você precisa acertá-lo com um tiro (de laser) para que ele pare de tocar. E quem é que não tem vontade de fazer isso com o despertador de vez em quando?


Por enquanto é só.
Até mais, com mais abobrinhas!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Teste portuga (de alguns minutos de tédio)

.


Você é Regresso Ao Futuro::
A sua vida é uma confusão que até você tem dificuldade em compreender. Raramente sabe a quantas anda, mas é dotado por um espírito de desenrasque notável



Pergunto: que significa "desenrasque"?

sábado, 10 de outubro de 2009

ortografia

Aos poucos vamos nos acostumando com a ideia de que não se usa mais acento na palavra ideia.
Creio que seja a falta do acento o que me faz tê-las tão mais fracas.
.
.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mais Saramago

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

sábado, 12 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Assim sem mais

"Por que é que eu não consigo viver
Feito os demais?
Entre álbuns de famílias
Bens, trens
Mobília e paz
Por que é que eu preciso partir
Assim sem mais?
Quem me dirá?
Por quê?
Por que é que eu não consigo viver
Feito os demais?"

João Bosco/Antonio Cícero/ Wally Salomão

domingo, 30 de agosto de 2009

autopiedade

“este dia é incompatível com o que estou sentindo por dentro
faz sol quando aqui dentro tá tudo escuro
as pessoas riem enquanto eu não vejo a menor graça
tomam coca-cola enquanto eu tomo dipirona”

— abismada, como se o mundo fosse dela.

sábado, 29 de agosto de 2009

trajetória comum

nasceu numa família católica, cresceu católico.
conforme cresceu, começou a ter dúvidas, perguntas, mas não respostas.
então foi se afastando e parou.
continuou crescendo, mas sem se dizer católico.
durante um bom tempo da vida ficou assim.
quando estava num momento complicado, numa oportunidade foi à igreja "de crente".
e viu que era tudo muito muito diferente.
algumas partes eram bonitas, outras esquisitas.
mas ia, sentiu-se até bem. precisava de algum conforto pra alma.
mas depois foi cada vez se sentindo mais estranho ali dentro.
e começou a ver coisas que não entendia, de novo.
e as perguntas começaram a ficar sem resposta outra vez.
então parou de novo.
mas o que sempre teve era a crença em deus, poderoso, amoroso.
e só.
para além disto, chegava-se sempre nas religiões e cada uma se dizia verdadeira.
qual era certa?
todas e nenhuma?
cada uma a seu modo?
ele não sabia.
e seguiu sua vida como de qualquer jeito seria, sem respostas definitivas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Souvenir

Das férias no interior da Bahia, consegui trazer muitas boas lembranças, mas também uma das coisas menos bacanas possíveis: uma ridícula marca de chinelo de dedo feita pelo sol. ¬¬

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Seria diferente?

As coisas seriam muito diferentes se a gente nascesse em outro lugar, em outra hora, sob outra conjunção astronômico-astrológica?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"Esse tal de rock enrow" [editado]

Rock: estilo musical surgido há umas décadas atrás, quando inventaram a guitarra elétrica. Quem gosta de rock se veste só de preto, usa tatuagem, não é religioso, não tem futuro. No rock não existe um jeito certo de dançar e existem dentro dele vários gêneros que vão desde o metal até o alternativo (este sendo um termo equivalente à virose na medicina, quando o médico não tem certeza do que o paciente tem na verdade).
O rock não é apenas um estilo musical, mas um estilo de vida. Quem gosta de rock não gosta de pagode ou sertanejo. Quem gosta de rock é mal. Quem gosta de rock se alimenta de porcarias e tem uma vida desregrada. O rock é como se fosse uma religião cujo maior objeto de adoração são os caras que produzem os riffs mais barulhentos em suas guitarras.

Claro que nem tudo isso é verdade.
Claro que rock não é (bem) isso.
O rock pode (também) ser definido como:

Rock é antes de tudo, som. Mas não é apenas um tipo especial de música, de compasso ou de ritmo. Restringi-lo a isso é não reconhecer sua profunda penetração numa parcela (cada vez mais) significativa das sociedades ocidentais. O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento. O rock é e se define pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia, para que se adapte no tempo e no espaço em função do processo de fusão (ou choque) com a cultura local e com as mudanças que os anos provocam de geração a geração.
Estudar o Rock é procurar compreender os movimentos da mentalidade. É tentar descobrir no coletivo as razões interiores que motivam à participação (ou à alienação), é entender melhor porque fazem aquilo que fazem os movimentos jovens. Num momento da vida de extrema riqueza de questionamento dos valores, embaraçam linhas cujo fio da meada pode ser vislumbrado, com grande facilidade, num som eletrificado.
Nas palavras de Elvis: "É difícil explicar o rock'n'roll... É uma batida que te pega. Você o sente."

Trechos em itálico são do livro "O que é rock?", de Paulo Chacon. Editora Brasiliense, São Paulo, 1983.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Pablo Neruda

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bem simples

As pessoas buscam a felicidade plena. Os contos de fadas sempre terminam com o velho “...e viveram felizes para sempre”. Eu não quero viver feliz para sempre. Ninguém vive feliz para sempre. No máximo sobrevive. Não quero isso. Quero antes os problemas a serem resolvidos, mas também a certeza da companhia da pessoa amada.
Quero uma vida normal (e o que é normal?).
Quero a felicidade diária, presente nas pequenas coisas, nos momentos mais singelos.
Quero poder olhar nos olhos e me sentir segura.
Quero ter a certeza de que somos livres para seguirmos nosso caminho separadamente caso não nos sintamos mais à vontade juntos.
Não quero cobranças nem cenas de ciúme. Não quero sentimento de posse nem sobreposição de egos.
Quero ter a certeza de estar ao lado de quem realmente me quer do seu lado.
Quero ser compreendida através de um olhar quando as palavras me faltarem. E também quero a confiança num abraço acalantado.
Não quero ser vista por fora, quero antes ser observada por dentro.
Mais do que sair toda arrumada para uma noite de gala, quero uma tarde de sol com os pés no chão.
Não basta a mansidão da paz; quero também conflitos nos quais possa haver a busca do entendimento, do esclarecimento, da compreensão mútua enfim.
Se conseguir encontrar isso, então não vou querer mais nada...

Faz muito tempo que escrevi isso, mas agora deu vontade de publicar. É que eu acho que finalmente encontrei!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

rain


Escorro pelo vidro como algo disforme, sem cor, sem significado. Desço pelas folhas ainda verdes que se curvam ao meu peso e imprimem a mim nova velocidade. Caio sobre um rosto borrado e me misturo a lágrimas salgadas e amarguradas de alguém que anda sem rumo no meio da rua. Acumulo no meio fio e alago a calçada fazendo molhar os sapatos da moça chique e decidida que desce do carro estacionado. Desmancho os cabelos do rapaz que tanto se empenha por mantê-los alinhados. Cometo os maiores desastres que posso antes que minha aparição termine. Procuro cair de forma marcante e arrasto porções de vida de quem para mim olha e aos céus amaldiçoa pelo inconveniente. Chovo. Borro a paisagem. Caio no chão e me infiltro na terra. Mergulho no mais profundo até não poder mais ser encontrada. Depois volto para a atmosfera, para outra nuvem, até cair novamente.

domingo, 21 de junho de 2009

socorro

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento, encruzilhada
Socorro!
Eu já não sinto nada

Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar, nem de rir

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que este já não bate nem apanha
Por favor, alguma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva

Arnaldo Antunes

segunda-feira, 15 de junho de 2009

o grito


Era um grito como ninguém jamais havia dado antes. Nele estavam contidos toda sorte de sentimentos que viviam ali presos dentro de si, como se a garganta fosse uma catraca a impedir a saída de seus dizeres a respeito de tudo que via e que lhe despertava opiniões. Enquanto gritava pensava em tudo que não havia feito, nos lugares em que não havia estado, nas conversas que não teve, nas roupas que não vestiu, no cabelo que não usou, nas frases que não falou. Tudo parecia sair ali por aquele grito. Tudo o que foi abafado pelo medo do comentário alheio, da imagem que faziam de si, das conseqüências de se fazer o que se quer.

O grito interrompia o sono dos que estavam por perto. Interrompia o silêncio de uma madrugada que antecedia a manhã de um dia que não seria jamais igual aos anteriores. Interrompia uma calmaria que cobria uma explosão de pensamentos, de idéias, de sentimentos, de vontades, de desafios e curiosidades.

O grito ecoava e se reproduzia dentro de si anunciando que o caminho se abria. E depois do grito olhou ao redor e tudo parecia quieto. O grito apenas a fizera acordar do sonho em que havia estado durante todo o tempo vivido. Foi então que notou que a vida havia passado completamente e a noite calada lhe mostrava que não havia mais tempo. A vida já havia passado.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Leve


Nave
Ave
Moinho
E tudo mais serei
Para que seja leve
Meu passo
Em vosso caminho

Hilda Hilst

quinta-feira, 11 de junho de 2009

remoto

Quero chegar no lugar onde as retas paralelas se encontram
Quero chegar onde os números terminam
Quero estar onde todas as hipóteses acontecem

Quero viver o irreal e tocar o inatingível
Quero observar o invisível e sentir o gosto do insípido

Só não quero mais o que é provável
Não quero ver o que conheço
Não quero ponderar entre possibilidades cabíveis

Quero aquilo que me deixe estática,
Que me faça sentir surpresa
E quero não saber do amanhã

Quero não ter certeza senão do agora, senão da vida.



segunda-feira, 8 de junho de 2009

andanças

pela dúvida na crença
pelo medo do novo
por causa das dúvidas
a insegurança se havia instalado.

pelo sentimento benéfico
por causa da paciência
e pela confiança
a segurança tomou de volta o seu lugar.

pela mágica da transformação
pelo silêncio dos processos
ou por causa da improbabilidade
perguntariam se não seria tudo falso.

por tudo que tem acontecido
e pelo que ainda acontecerá
por causa do que se está sentindo
se pode dizer que tudo é mesmo real.

sábado, 6 de junho de 2009

um pouco de quase tudo de mim

Pareço estranha, mas sou comum.
Pareço comum, mas sou estranha.
Eu gosto das coisas simples.
Mas freqüentemente tenho umas pirações complexas na cabeça.
Gosto de dias cinzas.
Prefiro o inverno ao verão.
Às vezes passo mal no verão, com quedas de pressão.
Gosto de rock.
Gosto de MPB.
Gosto de música eletrônica.
Gosto de moda de viola.
Não gosto de reggae.
Acredito em Deus.
Torço pela felicidade dos que gosto.
Não sinto ódio por ninguém, não tenho inimigos (acho).
Já quebrei o dedo mindinho quando tinha uns oito anos.
Gosto de crianças.
Gosto de idosos.
Não gosto muito de adolescentes.
Tenho uma leve fobia social.
Sou louca por doces.
Torço pelo Corinthians, embora não fervorosamente.
Nunca usei camisa de time.
Nunca participei de campeonato esportivo.
Já ganhei um troféu de melhor fantasia de Xuxa quando tinha uns quatro anos.
Já fiz papel de menino numa quadrilha na pré-escola.
Já namorei por mais de um ano.
Tenho dificuldades em ler livros até o fim. (Mas leio.)
Começo vários livros ao mesmo tempo =/
Não consigo falar inglês, embora compreenda razoavelmente.
Gosto de falar em portunhol, só de zuação.
Tenho miopia e astigmatismo e uso óculos desde os 12 anos.
Não uso sapato de salto.
Tenho pavor de falta de luz à noite estando sozinha em casa.
Tenho fobia de bichos lisos tais como lesmas, lagartas, mandruvás (!) e afins.
Tenho nojo de barata, mas se preciso, mato.
Você dificilmente vai me ver puxando conversa com estranhos.
Gosto de objetos coloridos, principalmente quando têm as cores vermelho, azul e amarelo.
Adoro artesanato.
Adoro ficar dentro de casa.
Adoro aprender e fazer origami.
Adoro fotografias, mas não gosto de estar nelas.
Gosto de viagens, mas pouco as faço.
Sonho em viajar pela América Latina.
Sonho com um sistema de educação pública que seja levado a sério por todos.
Tenho uma família que pode não ser a mais perfeita, mas é a exatamente ideal para mim.
Tenho uma cabeça com muito espaço ocupado e ainda muito a preencher.
Gosto do cheiro de terra molhada.
Não gosto de pisar na grama com orvalho estando com os pés descalços ou com calçado aberto.
Brincava com tatuzinho de jardim quando criança e comia miolinhos de flores.
Falo comigo em pensamento; na verdade, freqüentemente, discutimos muito.
Tenho problemas com auto-estima.
Sou incapaz de concluir qualquer descrição sobre mim mesma.

21/01/09

terça-feira, 2 de junho de 2009

sábado, 9 de maio de 2009

tipo...

Tipo, sabe quando vc escuta alguém conversando, daí tipo, vc começa a perceber que a pessoa tipo repete demais certa palavra? aí, tipo, vc resolve começar a tipo contar quantas vezes a pessoa fala essa tal palavra. Tipo... isso aconteceu esses dias no trem. Tinha tipo um casal de estudantes universitários conversando sobre a "facool" e ela relatava alguma história para ele. Eu me ative aos "tipos" que, durante poucos cinco minutos em que eu me pus a contar, chegaram perto dos 20... Desisti porque cansei, afinal escutar conversa alheia, por mais que num coletivo seja inevitável, é deseducado (além de a história da moça ter se perdido no meio de tanto "tipo" disparado)...

Tem coisas que a gente fala sem nem perceber (tenho certeza que eu também às vezes solto alguns "tipos") e acabamos ficando com uns vícios de linguagem dos quais para "estar nos livrando" é sempre difícil... Eis aí nosso detestado e eterno gerúndio, que não me deixa mentir.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sismos, abalos, tremores.


Muito simplificadamente falando, abalos sísmicos, também chamados de terremotos, ocorrem como uma forma de liberar energia acumulada ao longo do tempo entre placas da crosta terrestre, que se movem devido a dinâmica interna da Terra, na qual o material das camadas internas se movimenta fazendo com que as placas na superfície também se movimentem. Mas esse movimento é lento e, ao longo do tempo, acumula energia que, de momento em momento é liberada por meio de tremores - e erupções vulcânicas em alguns casos mais específicos.

Os abalos sísmicos ocorrem sem prévio aviso, podendo até causar danos irreparáveis, conforme sua magnitude. Num momento tem-se tudo na mais perfeita ordem (ainda que esta "ordem" não seja propriamente perfeita) e no instante seguinte, o chão começa a tremer deixando tudo remexido, bagunçado, fora de lugar.

Por mais que se tente prever, nunca se sabe quando nem onde será o próximo, ele vem sem avisar. Algumas vezes superficiais, outras vezes mais profudos. Algumas vezes rápidos, outras vezes mais demorados. Algumas vezes fortes, outras vezes mais fracos. Mas sempre capazes de alterar a normalidade das coisas: um quadro que se desalinha na parede, um lápis que cai da mesa, um sobrado antigo que cai ou um prédio que desmorona.

Abalos na vida pessoal também podem ser fruto da dinâmica interna dos seres humanos. O acúmulo de emoções, de dúvidas, de tensões, em alguns momentos podem extravasar de forma inesperada, levando a situações que em alguns casos, podem ser bastante contornáveis e em outros, podem até mesmo ser irreparáveis.

O que se faz depois é o de sempre, independentemente do tamanho dos resultados do abalo. Sempre é preciso tentar arrumar, recolocar tudo no seu lugar, levantar o que caiu, reconstruir o que se perdeu, lamentar o que não se pode recuperar. E esperar que os próximos abalos menores que podem ocorrer como reflexo do primeiro, não causem o medo daquilo que é parte do funcionamento natural do planeta. Quanto aos tremores na vida pessoal, espera-se que os próximos abalos que podem ocorrer como reflexo do primeiro, não causem o medo de continuar tentando acertar, o que faz parte do funcionamento natural do ser humano.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

primavera nos dentes


Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera

(Comp.: João Ricardo/João Apolinário)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

o tempo das coisas

Chega a ser até engraçado como as coisas acontecem exatamente como e quando devem acontecer. Eu, embora sempre tenha me declarado "acreditadora" disso, no fundo sempre mantive uma certa reserva... No entanto, hoje percebo que sim, elas acontecem à sua hora.

"Os momentos não chegam nunca tarde nem cedo, chegam à hora deles, não à nossa, não temos de agradecer-lhes as coincidências, quando ocorram, entre o que tinham para propor e o que nós necessitávamos." J.S.


segunda-feira, 23 de março de 2009

Numa relax, numa tranquila, numa boa...

Hoje eu tô sentindo uma paz que chega a ser colorida.
Um conforto de alma que chega a dar remorso.
E tudo tá tão macio que parece que o mundo é estofado.
Como se tudo lá fora, as coisas ruins que existem, fossem tão pequenas.
Deve ser felicidade... =)

segunda-feira, 9 de março de 2009

sessão nostalgia: A-ha!

E não é que o A-ha ainda existe?!

Não sabia disso, mas eles farão show no Brasil esse mês, no dia 25.
Das músicas deles, uma das que mais me emocionam, pela nostalgia que tem nela, é "Take on me". Me lembro de quando era criança, morro de saudade daquela época, a lembrança sempre é boa.

Outros grandes sucessos são "Hunting high and low" e "Crying in the rain".

Posto aqui o clipe de Take on me, só pra nostalgiar um pouco.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

momento saúde: cóf! cóf! cóoof! cóf! =/

Em algumas épocas do ano, algumas pessoas são acometidas por gripes, resfriados, ou algo que não chega a isso, ficando apenas na tosse.

Comigo é assim: começa geralmente com uma dor de garganta, depois ela, a tosse, chega e fica. Fica por dias, geralmente uma semana... Se durar mais que isso, o negócio é ir ver um médico - pode ser tuberculose (até hoje, não cheguei a este ponto, graças a Deus).

No ônibus, no trem, em qualquer lugar onde haja alguma aglomeração de pessoas, é lá que a tosse vai atacar e vai fazer tossir, tossir, tossir compulsivamente, até que a garganta pareça estar rasgando e a tosse saindo direto do pescoço. (!)

A sensação de saber que as pessoas te olham como se você estivesse enchendo o ambiente com vírus mortais do tipo ebola, só porque você está tossindo descontroladamente, não é gostosa.

E algumas pessoas olham como se você estivesse fazendo de propósito, com aquela cara feia de quem repreende, sem soltar palavra, alguém que joga o lixo pela janela.

Algumas olham com dó, como se quisessem dizer "humm, eu sei como é isso, semana passada mesmo estava desse jeito". Pois é.

Mais raro é acontecer de alguém - talvez por compaixão, talvez por querer se livrar do incômodo sonoro, nunca se sabe - oferecer gentilmente água ou uma pastilha, drops, bala.

Mas nada resolve de imediato. Essa tosse-seca, por alguns conhecida como tosse de cachorro, não tem jeito, você tem que tossir. O Dr. Drauzio Varella diz que essa tosse seca pode ser devido a ausência de muco (catarro); mas também pode ser que haja o muco, porém, que esteja retido por desitratação ou tratamento incorreto.

Lembro que uma vez fui ao médico, ele me receitou amoxicilina, dizendo que se tratava de uma bactéria instalada na garganta, que provoca esse tipo de tosse.

Um site na internet diz que a tosse seca pode ser sintoma de câncer de pulmão (não quero acreditar que seja esse o meu caso) ou de um processo irritativo de qualquer natureza.

Só vou ao médico se isso durar muito mais. Por enquanto, estou bebendo muita água, mas por dia, sofro pelo menos umas duas crises desse tosse-tosse chato e inconveniente. E vamos driblando os olhares inquisidores, fazendo cara de "assim como você, também acho essa tosse infernal!"

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

eu tava de saco cheio

Então fui procurar Deus, que transcende qualquer chateação, que é superior a tudo que existe. Ao menos para quem acredita. Eu acredito. E estou ficando bem =)


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Valentine's Day

óh! =)

contrários

Pra cada rosto feliz, há ao menos um triste. Para cada pessoa apaixonada, uma ao menos está desiludida. A cada novo negócio fechado, ao menos um outro fracassou. Para cada um que nasce, tantos outros morrem. Um casamento, algum(ns) divórcio(s). Um sorriso, lágrimas. Um abraço, murros. Beijos, chutes. Conversas, brigas. Palavras, silêncios. Ações corretas, crimes. Conhecimento, ignorância. Positivo, negativo. Carregado, neutro. Ligado, desligado. Claro, escuro. Liberdades, prisões. Luxo, miséria. Casa, rua. Paz, guerras. Yin e Yang.
Parece que tudo implica um contrário, um oposto. Talvez o problema esteja nas proporções.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

post nº. 73

"I wish i could fly
Leave this crazy world behind
I'd fly far from the things
That make me stumble all of the time
These wings to my soul are clipped every time they grow
With just one touch from You, God
And I could soar on the wind I know

And I could spread these things and fly
The world can't hold me down
These wings are freedom for my soul
No longer am I bound
And I could spread these wings
And show the world the freedom I've found
And if I can fly, than you can fly too."

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Deus

Para quem não acredita, só existe para quem acredita.
Para quem acredita, existe, simplesmente, sem para quem.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

mensagem de quem já viveu bastante para quem ainda viveu pouco

"Se tivesse tempo para dizer, te contaria dos caminhos pelos quais passei e das pessoas que conheci. Se eu pudesse te faria um colar onde cada uma das contas traria um pedaço dos gostos que provei nos lugares em que estive. Se fosse possível te desenharia uma paisagem que reunisse entre céu e chão tudo o que de mais belo existe e que você ainda não pôde ver.
Tudo o que pudesse fazer para que pudesse te mostrar o quanto de belo há neste mundo que, miseravelmente, lhe tentam deturpar a imagem, infringindo direitos, faltando a deveres, tomando o que não pertence, derrubando o que é vivo, multiplicando o que é desnecessário...
Se pudesse te contaria sobre tudo o que aprendi e também tentaria te explicar sobre as coisas que ainda não entendo, para que você pudesse viver de outro modo, que não este em que até agora temos aceitado viver. Mas tudo isso não posso fazer. Também não posso te negar o gosto da dificuldade, nem regar teus pés com o caldo fresco da facilidade. Posso só te dizer que vá e que pelos teus próprios pés descubra que caminhos, que lugares, que gostos, que paisagens, que imagens há para conhecer e guardar aí em você e caberá somente a você decidir o que fazer com tudo isto."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ab'Saber

"Ninguém escolhe o lugar, o ventre e a condição socioeconômica para nascer. [...] é preciso que os homens, independentemente do seu berço, saibam que todas as pessoas são uma herança fundamental da vida inteligente na face da Terra, eu diria, da vida que Deus colocou na face da Terra."

Aziz Nacib Ab'Saber, no programa Provocações da TV Cultura, em 21/11/2002.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

desinsônia

Nossa! Eu finalmente estou com sono.
Nada como a volta ao trabalho!

=)

Mas também nem tudo são flores.
As coisas não estão 100% boas.
Mas espero que melhorem em breve, pra todo mundo.


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

às vezes

Algumas vezes eu queria estar perto de você:

umas vezes pra te fazer carinho
e te falar baixinho
se tá tudo bem;

outras vezes pra te xingar bem alto,
pra fazer o diabo,
te tacar o sapato.

Também tem vezes que eu queria ficar longe
e te esquecer assim,
como que por um "plim"

assim como quem esquece
o que comeu no jantar
quem estava ontem no bar

ou o ônibus que tem que pegar.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

exceções

Quando as coisas se estabelecem baseadas em exceções, é muito mais difícil se adaptar às regras.