segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Inside Job



Por trás desse sorriso tudo está:
Todas as minhas esperanças, raiva, orgulho e vergonha

Faço um pacto comigo, não fechar as portas do passado
Apenas por hoje... Eu estou livre

Eu não perderei minha fé
É um trabalho interno hoje

Eu conheço essa coisa bem...

Eu costumava tentar e matar amor, isso foi o maior pecado
Respirando insegurança

Procurando esperança, estou aprendendo o caminho pra correr em linha reta
Buscando o melhor caminho para toda... luz humana

Como eu escolho me sentir... É como eu sou.
Como eu escolho me sentir... É como eu sou.

Eu não perderei minha fé
É um trabalho interno hoje

Aguentando, a luz da noite
Sobre meus joelhos para levantar e reparar minha alma quebrada

De novo.

Deixe-me correr na chuva
Para ser uma luz humana novamente.

Deixe-me correr na chuva
Para brilhar uma luz humana hoje

A vida vem de dentro de seu coração e desejo.
A vida vem de dentro do meu coração e desejo.
A vida vem de dentro de seu coração e desejo.


Composição: Eddie Vedder/Mike McCready

. vinte e oito .

eu não gostaria de ficar aqui fazendo contabilidade sobre o que vivi e não vivi ao longo desse período de tempo que tenho passado aqui neste mundo. mas nesses momentos acaba sendo meio inevitável, ainda mais quando se percebe que se está chegando aos trinta e tão pouco se viveu. o que eu poderia dizer? na verdade eu não posso reclamar da vida que tenho. nesses vinte e oito anos eu até que vivi muitas coisas, mas bem menos do que gostaria. e muito do que não vivi se deveu ao medo, à insegurança, e agora eu vejo que muitas coisas que eu não vivi por medo, hoje me fazem falta. não posso negar que me sinto arrependida de algumas coisas que não fiz, o que a maioria das pessoas deve concordar, que é pior arrepender-se do que não se fez do que arrepender-se do que se fez. ah... vinte e oito anos é tempo pra caramba, mas na verdade não sinto como se tivesse vivido todo esse tempo. principalmente depois dos vinte, parece que o tempo passou incrivelmente rápido e... bom, eu já falei disso por aqui. e por mais que eu tenha me dito tantas vezes que ia tentar mudar, fazer as coisas caminharem de um jeito diferente, eu simplesmente me mantive na mesma, só o que tem mudado é meu estado de espírito, mas minhas ações, não mudaram praticamente em nada, permaneço na maré calma de sempre, sem ventos fortes, sem tempestades, sem turbulências. isso é chato. cansa, mas é seguro. é previsível. o fato é que agora, com vinte e oito, talvez eu esteja começando a andar em marcha a ré, com vontade de fazer agora o que não fiz antes. é claro que eu sei que não se volta ao tempo, que não faz sentido. e sei também que não importa o quanto eu me prometa, eu acho que nunca vou mudar de verdade. talvez só na intenção, ou por um detalhe ou outro. mas na essência eu permaneço a mesma de sempre. a mesma.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Adeus ao meu mini dicionário


Faz uns dez dias que joguei fora meu mini dicionário Aurélio, que eu tinha e usava desde a quinta série. Ele estava bem surrado, já tinha até se partido ao meio, mas eu ainda o usava. Eu o deixava sempre ao lado do computador, porque vira e mexe vinha aquela dúvida... "hummm essa é com sc ou não?", "essa tem acento?"...

Mas depois da reforma ortográfica, os acentos que mudaram, os hífens que sumiram, as palavras que se juntaram, etc, etc, etc... ele já estava um pouquinho fora de contexto e eu decidi me desfazer.

Mas agora sinto falta dele.

Aurelinho (era assim que eu o chamava), descanse em paz e tomara que suas folhas, que foram brancas e já estavam encardidas pelo uso, sejam bem tratadas junto aos demais resíduos de papel que agora jazem em algum depósito da região. Você será substituído por outro, talvez um Houaiss, ou outro, mas será sempre lembrado como meu eterno e querido Pai dos Burros.

Offspring - All I Want



Dia após dia
Sua vida inteira é uma ruina
E os poderes que existem estão entalados em seu pescoço

Você não tem nenhum respeito
Você não tem nenhum alívio
Você tem que falar firme e gritar pela sua paz


Então recue com suas regras
recue com suas tolices
Por que estou cansado de não viver
Apenas ficar vivo
Me deixe em paz
Eu não estou pedindo muito
Eu não quero ser controlado

É tudo que eu quero

Quanto tempo isso vai levar
Até que alguem ao seu redor escute o que diz
Você tenta ser legal
Você se sente como uma mentira
Você tem jogado pelas regras
Agora é a vez deles tentarem

Então recue com suas regras
recue com suas tolices
Por que estou cansado de não viver
Apenas ficar vivo
Me deixe em paz
Eu não estou pedindo muito
Eu não quero ser controlado
É tudo que eu quero
É tudo que eu quero

Eu já disse isso antes
Eu vou dizer de novo
Se você apenas escutasse
Provalvelmente faria sentido

Então recue com suas regras
recue com suas tolices
Por que estou cansado de não viver
Apenas ficar vivo
Me deixe em paz
Eu não estou pedindo muito
Eu não quero ser controlado
É tudo que eu quero
É tudo que eu quero
É tudo que eu quero

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tudo Novo de Novo...?

Mais um ano letivo começou nessa segunda feira. Tudo novo de novo. E também um pouco mais do mesmo... Muda o ano, a gente espera que as coisas sejam diferentes e a gente se esforça pra isso. Só que eu não sei de onde tem vindo (acho que sei sim) um certo desânimo. Acho que sei de onde vem, deve ser pela sensação de impotência, por saber que não dá pra fazer tudo que a gente gostaria, por mais que a gente queira, por mais que tentemos, simplesmente porque só podemos fazer até onde depende da gente, quando passa a depender do outro, já fica mais complicado...

Eu sei que tem alguma coisa bem forte que me fez entrar na Educação. Eu nem sei explicar direito o que é, mas tem a ver com uma vontade de fazer parte, de participar, de poder fazer trocas, de tentar melhorar o país, o mundo, de ajudar na formação das crianças, pra ajudá-las a enxergar o mundo de outras maneiras... Talvez pareça pretensioso, mas se não for assim, pra que é que a gente está lá afinal? Acho que muitos professores também devem pensar assim, ou pensaram algum dia...

Eu sempre me falei que a partir do momento em que eu deixasse de acreditar na possibilidade de que isso tudo aconteça, eu desistiria, faria outra coisa da vida... Eu temo que esse momento esteja perto. Mas não tenho certeza.

É que eu estou vivendo um tempo de total descrença, e de um certo desânimo. Mas sinto que ainda é cedo pra desistir, eu sei que devo tentar mais, tentar de outras formas. Vou continuar tentando. O problema é essa sensação pesada de que existe algo muito maior jogando contra e que tentar vencer isso é desperdício de energia e que não vale a pena, que é impossível vencer essa força que joga contra.

"O sistema" é assim, "o sistema" não permite, "o sistema" estabelece. Essa entidade sistema joga contra. E ao mesmo tempo eu também estou dentro dele, faço parte dele. Mesmo não querendo, faço parte disso. Por mais que a gente dentro da escola saiba que existem um monte de questões que envolvem a dificuldade de aprender, a indisciplina, a violência, várias demandas, por mais que se tente compreender e até resolver na medida do possível, não conseguimos! Não conseguimos abraçar tudo, porque simplesmente é muita coisa com a qual temos de lidar, mas que infelizmente não é possível. E algumas perguntas para as quais ainda não consegui encontrar respostas satisfatórias: qual é de fato o papel da Escola? O que compete à Escola? Até onde a Escola deve atuar na formação dos alunos? Qual o limite entre ações escolares e ações familiares? Refletir sobre tudo isso é um exercício permanente, mas que não deveria estar restrito só à comunidade escolar. Toda a sociedade devia começar a se movimentar, pra tentar responder essas questões, pra definir o que espera da Escola, que Escola quer, penso eu...

Eu comentei no blog da Mari Migliacci sobre o nosso sistema público e ali demonstrei um pouco da minha triste desesperança, apesar de ainda manter o sonho, o desejo de que as coisas melhorem. Depois que postei meu comentário fiquei pensando muito... Será que é minha hora de sair, de desistir? Será que a gente consegue mudar algo que é tão poderoso, tão grande, tão engessado?

Ao mesmo tempo, penso: se eu saio, vou estar desistindo... se eu continuo, posso tentar fazer parte do processo que pode levar a uma mudança boa e possível, mas lenta... ao mesmo tempo, se continuo, posso apenas continuar me frustrando...

Ser professora é algo que eu queria há muito tempo. Eu gosto e respeito este ofício. Mas a Escola está insustentável. A Escola continua a mesma num mundo que há muito não é mais o mesmo, onde as pessoas não são mais as mesmas, nem as necessidades são mais as mesmas.

Sinceramente eu não sei o que vai ser. Mas por enquanto eu continuo tentando.


Daí tava aqui ouvindo Paulinho Moska e foi desta música que veio o título da postagem.



"Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel

Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser

Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou


E vamos terminar
Inventando uma nova canção

Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou
Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos"


Gosto dessa música, gosto da letra também. Embora algumas pessoas discordem, ela me passa um certo otimismo, do qual eu estou precisando muito.

E esse otimismo começa a me chamar de novo, porque afinal de contas, começo a lembrar do quanto é bom estar em contato com os alunos, apesar de ao mesmo tempo haver algumas situações difíceis (dadas pelo contexto no qual a Escola se encontra). Ser professor é, afinal, ser otimista...

PS: Essa postagem não pretende ser um texto sério, para reflexão, mas tão somente um desabafo, carregado de incertezas, de oscilações, até pequenas contradições... ora mostra pessimismo, ora mostra esperança... A música talvez nem tenha nada a ver com nada, mas como eu a estava ouvindo enquanto escrevia, senti vontade de compartilhar. Enfim, isto são só rabiscos, pensamentos que passam pela cabeça de uma professora em começo de carreira, que frequentemente se vê perdida em meio ao complexo e, ao mesmo tempo, encantador e assustador mundo da Educação.