sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Milton Nascimento - Lágrima do Sul

Em homenagem ao aniversário deste que é um dos grandes da nossa música brasileira, vai aqui um clipe lindo de uma das músicas dele que mais gosto.



Reviver tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lágrima
Dor de solidão
Reza pra teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor
Para a dança da alegria
E mil asas pra voar
Que haverão de vir um dia
E que chegue já, não demore, não
Hora de humanidade, de acordar
Continente e mais
A canção segue a pedir por ti

África, berço de meus pais
Ouço a voz de seu lamento
De multidão
Grade e escravidão
A vergonha dia a dia
E o vento do teu sul
É semente de outra história
Que já se repetiu
A aurora que esperamos
E o homem não sentiu
Que o fim dessa maldade
É o gás que gera o caos
É a marca da loucura

África, em nome de deus
Cala a boca desse mundo
E caminha, até nunca mais
A canção segue a torcer por nós
África tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lágrima
Dor de solidão,
Reza pra teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor
Para a dança da alegria
E mil asas pra voar
Que haverão de vir um dia
E África, em nome de deus
Cala a boca desse mundo
E caminha, até nunca mais
A canção segue a torcer por nós

Composição: Marco Antonio Guimarães e Milton Nascimento

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Filme: O gato do rabino


Domingo retrasado fui ao cinema. Fui assistir a um filme que há tempos estava interessada em ver: O gato do Rabino (Le chat du rabin, França, 2011).

O que me fez querer ver este filme em primeiro lugar é o fato de ser um filme de animação, do que eu gosto muito, tanto em filmes quanto em desenhos que passam na TV mesmo. Em segundo lugar, o fato inusitado de que o protagonista é um gato que fala após ter engolido um papagaio. Em terceiro lugar, por ser um filme francês ambientado na Argélia, tratando de uma família judia. Pronto, isso me fez ficar muito afim de ver este filme. E depois de várias semanas em cartaz eu fui assistir neste domingo frio e cinza. Foi bom passear sozinha pela Paulista. Cheguei uma hora antes, comprei meu ingresso, depois fui almoçar, terminei o almoço em cima da hora, voltei ao cinema e sentei em minha poltrona. Fiquei imaginando "será que vai ser uma sessão esvaziada como foi com A GUERRA DOS BOTÕES (na qual só havia eu e mais duas pessoas numa sala Cinemark numa quinta feira à tarde)?". Não foi. A cada minuto a sala enchia de crianças, adolescentes, adultos, idosos... Todos interessados no filme sobre o gato judeu falante.

E o filme é ótimo. Bom, eu sou péssima em resenha, corro o risco de prejudicar o filme. Mas vou dizer aqui o que o filme me passou. Eu dei boas risadas. O personagem principal e os coadjuvantes tem boas falas, o texto é inteligente. A estética do filme é muito boa, os traços do desenho são fabulosos, gosto do estilo. Cenários bonitos, cenas on the road e olha, tem até uma participação (especial? eu senti doses de ironia ali) do Tin Tin e seu companheiro Milu.

Eu saí do cinema pensando sobre a leveza do filme, que mostra uma família de judeus, que têm amizade com um muçulmano, que acolhe um russo fugitivo que chega em uma caixa de livros e todos saem em excursão para chegar até a Etiópia onde pretendem encontrar os judeus negros que ali vivem. E em meio a tudo isso, um gato falante e muito perspicaz,que para continuar vivendo ao lado de sua dona (a filha do rabino), está louco pra se converter ao Judaísmo e poder ter o seu bar mitzva.

Embora haja momentos em que a rivalidade entre religiões apareça, para mim o que ficou foi a leveza com que aparece a convivência entre pessoas tão diferentes e de tão diferentes crenças e concepções. Tolerância e respeito seguem sendo a chave para a convivência pacífica.

Eu gostei e recomendo.