segunda-feira, 26 de abril de 2021

Aprender

Chapada dos Veadeiros - Cavalcante/GO


A vida nos apresenta situações que muitas vezes nos perguntamos: por quê? questionamos, resistimos, queremos que seja diferente... e muitas vezes esquecemos que não temos qualquer controle sobre nada que esteja fora de nós. Somos tão pequenos e nos achamos tão grandes. Por isso gosto tanto de olhar para a natureza, para a infinitude do céu, para a perfeição das formas da superfície, dos galhos das árvores, do curso natural dos rios, da água que contorna obstáculos ou que pouco a pouco os desgasta, dos animais, dos sons... somos apenas uma espécie entre tantas, com a diferença que aprendemos a dominar as demais e temos a arrogância de nos considerar superiores, dominantes... mas somos incapazes de determinar o que nos acontecerá no momento seguinte. Apenas devíamos ser gratos quando as coisas acontecem dentro do que previmos.

Eu queria que muita coisa fosse diferente do que é hoje. Mas em vez de ficar me lamentando, vou considerar que a vida é uma amiga e tá me trazendo exatamente o que eu preciso viver pra poder crescer como ser humano. Mesmo que seja difícil e doloroso. Há ferramentas que ainda preciso aprender a dominar pra me tornar mais capaz de lidar com situações que não consegui anteriormente. Eu quero estar aberta a receber o que a vida me trouxer. Não significa que vou ficar prostrada sem agir e sem fazer planos no estilo "deixa a vida me levar, vida leva eu". Mas que aceito que não tenho o controle de tudo e que tudo acontece exatamente como precisa ser. E tendo consciência de que estamos sempre fazendo o melhor que podemos com o conhecimento e nível de consciência que temos em cada momento.

Quero sempre me sentir como agora: grata por tudo que pude viver, mesmo que hoje eu esteja sofrendo por não ter acontecido como eu queria. Sou grata porque tive oportunidade de viver coisas maravilhosas e de aprender muito e sou grata por ter os sentimentos que tenho dentro de mim nesse momento, por saber que sou capaz de tê-los. Cada desafio me ensina alguma coisa. E eu não quero apenas sofrer e lamentar, quero aprender, me fortalecer e evoluir... afinal de contas, qual seria o sentido de estarmos aqui nessa vida se não para aprender e sentir?

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Viver

 

Liniers

Viver tudo que for possível, mesmo eventualmente errando, sendo o que sou -  imperfeita. Mas vivendo e sentindo tudo do melhor jeito que consigo a cada momento...

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

"Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte, porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte" - Belchior

Destes meus 35 anos de vida tenho na minha conta um monte de sortes pelas quais sou muito grata a Deus, aos céus, ao universo. Observo as coisas acontecerem e tento entender certas situações e embora os propósitos nem sempre sejam claros, vou lidando como posso, aprendendo, errando, acertando, tentando, seguindo, às vezes parando pra chorar, ou só pra descansar mesmo, depois voltando à luta, errando de novo, aprendendo, tentando... sempre. Às vezes sinto necessidade de apenas parar para contemplar e agradecer. Acredito que o propósito maior da vida é realmente aprender.

Pedra da Macela - Cunha/SP. Julho/2018.

domingo, 10 de novembro de 2019

poeira de estrelas

Tantas coisas acontecendo
E cada um em seu mundo
Debaixo do mesmo sol
A Terra segue girando
Cada um com seus problemas
As notícias boas, as ruins,
e as que nos deixam perplexos...
As partidas e as chegadas...
As dores e as alegrias...
As vitórias e as derrotas...
E a gente é só uma poeirinha...
E segue a dança do universo...


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Tempo e impermanência

Não importa quantas vezes o tempo passe, cada vez que ele passa eu já não sei mais quem eu sou. Nessa impermanência eu vou me descobrindo aos poucos, quando termino de me descobrir já tenho que começar outra vez, porque mais uma vez o tempo passou e eu já não sei mais quem eu sou...

("os anos se passaram enquanto eu dormia, e quem eu queria bem me esquecia. Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia?")


Pôr do sol em Ponta de Humaitá - Salvador/BA (jan/2018)

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Vozes femininas

Ouço minha playlist com músicas cantadas só por mulheres. Conforme as músicas vão avançando, vou me sentindo melhor. As vozes femininas vão me passando uma mensagem inaudível, mas perceptível, de que elas, que estão ali cantando, também já viveram dores como as minhas, também passaram por situações parecidas com as que passei, também podem ter a força que eu posso ter. Sinto uma identificação inexplicável e reconfortante.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

cuidemos

Pico do Pião - Conceição de Ibitipoca/MG (2016)

Dentre as coisas que podemos ter na vida, a saúde e a paz de espírito são certamente as mais valiosas. Depois vem o amor que sentimos, damos e recebemos e os aprendizados que as experiências nos trazem. A vida é uma breve passagem, nossa única obrigação talvez seja aproveitar cada momento, já que ninguém sabe quando será o último.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Aprendizagens

Banksy - balloon girl

Eu tenho aprendido que a gente não deve deixar de falar o que sente. Independente do que seja, o sentimento tá na gente e vai continuar, mesmo que a gente tente esconder, abafar, negar. De nada adianta guardar e sofrer só.

Também não adianta tentar prever resultados a partir daquilo que achamos que pode acontecer, ninguém é vidente, a vida é um eterno aprender e nada (nada mesmo!) é perfeito.

Arriscar nos faz sair da zona de conforto, nos faz ponderar sobre outras possibilidades, nos tira o controle da situação e ficamos vulneráveis... mas se não nos arriscamos, ficamos fadados ao eterno estado inercial que tanto nos inquieta.

Clichê ou não, errar nos leva adiante, nos faz mais sábios, nos fortalece, de verdade.
É um erro não expor o que sentimos com medo do depois. O depois, nesse caso, a gente deixa pra quando ele for agora.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Meu aniversário! :)

34 anos... quando penso nessa idade me dá uma dorzinha, uma sensação de estar ficando velha rápido demais.
mas quando penso nas mensagens que recebi hoje me sinto feliz em saber que nesses anos de vida, ao menos consegui conquistar boas amizades que tenho procurado preservar e espero conseguir.
Me sinto grata por tudo que tenho nessa vida.
Estou me sentindo bem!
Ainda dói a tristeza pelo que não deu certo até aqui, ainda tem o medo do que ainda tá por vir, do que eu ainda não estou preparada, das incertezas... mas tenho fé que as coisas estão caminhando bem e com fé eu vou indo, devagarinho, apreciando as paisagens do caminho.

Sigo com a certeza de que tudo que a gente precisa ter nessa vida é amor!
Do amor derivam todas as coisas boas: respeito, solidariedade, amizade, esperança...

Amor, reine sobre mim! hehehe :D



que lembrança boa a desse show! Eu tava láaaa! ❤

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Desencanto


E aos poucos a "febre" vai indo embora... Aquela ansiedade que fazia acreditar que sua presença amigável desencadeava sorrisos, dá lugar ao desencanto... ao perceber que propositalmente o retorno que poderia ser facilmente dado é decididamente negado, e que minha afeição não significa qualquer coisa que valha o tempo de um segundo.
Aos poucos a distância e o tempo cumprem seu papel, de afastar, de separar, de esvaziar o recipiente que antes tinha só ilusão e agora vai ficando vazio.
Ainda não sorrio, mas começo a sentir alívio.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

terça-feira, 28 de novembro de 2017

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

;)



"But lately I'm beginning to find that When I drive myself my light is found. Whatever tomorrow brings I'll be there With open arms and open eyes, yeah!"

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Por que é tão difícil dizer não?


Não é fácil entender as razões que levam pessoas a fugirem de dizer não a alguém. Talvez o que possa explicar isso seja a sensação ruim de ouvir a palavra e, em sinal de altruísmo (ou seria egoísmo?), se evite causar na outra pessoa o que não se quer para si.

Fato é que um "não" pode até ser difícil de ouvir, mas ao menos ele finaliza questões. Antes dele ser dito, muita coisa fica em suspenso, à espera de definição, pode tanto ser como não ser, o que frequentemente gera muita expectativa e, inclusive, dores de estômago.

Também tem as vezes em que o "não" não é dito justamente porque se tem o interesse em manter a questão em aberto, como um plano B, caso a primeira opção não dê certo. O que em geral beira à sacanagem.

Há aquelas pessoas que são dotadas de um faro, um sensor, que são capazes de notar pelos gestos e atitudes os "nãos" subjetivos. Considero pessoas sábias ou de sorte, grupo do qual não faço parte. Nunca fui boa com jogos de mímica, com expressões corporais e faciais, eu preciso de clareza nas informações que me chegam (e não estou dizendo com isso, que eu mesma tenha facilidade em dizer não! mas tento).

Em tempos de relações líquidas, dizer as coisas de maneira clara e direta parece cada vez mais raro, chegando muitas vezes a soar como pura antipatia ou maldade. Tempos difíceis esses em que se vive de imagens rasas a respeito das pessoas e seus sentimentos, sem abertura para mergulhos profundos, sem possibilidade de errar, de se machucar... coisas que fazem parte da vida, do desenvolvimento humano, mas que em nome de um falso conforto vão sendo evitadas...

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Anotação aleatória


Parece bem óbvio, mas vou escrever mesmo assim: as redes sociais têm um baita potencial enganador... e as pessoas se deixam levar facilmente por não se atentarem a detalhes (óbvio de novo: eu também sou uma pessoa!)

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Foto: eu, na Grécia, só que não.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Dançar com palavras


Tirolesa na serra de São Pedro/SP


Eu queria saber dançar com as palavras
Tiraria algumas delas para dançar agora
E numa ciranda eu teceria coreografias
Que contariam
Do amor e da dor de se viver

domingo, 28 de maio de 2017

Cansaço

Vista da Pedra do Baú - São Bento do Sapucaí/SP, junho/2015

Não é algo que aconteceu de repente, é algo que vem acontecendo de forma contínua, progredindo aos poucos e culminando num cansaço terrível. Cansaço de quê? De ver que praticamente tudo permanece sempre igual, numa mesmice chata, que varia na forma às vezes, mas que é sempre a mesma mesmice. As pessoas, os lugares, as palavras, os sons, tudo. Não existem culpados, não existem salvadores, não há antídoto, nem há prevenção. Acho que faz parte da vida. A gente simplesmente começa a ver que as coisas não vão mudar, a menos que a gente mude.

sábado, 20 de maio de 2017

Adeus, Chris Cornell

A morte do Chris Cornell me abalou muito. Nem sei direito explicar, o que sei é que tive um grande baque quando li na minha timeline do facebook que ele havia morrido. Não acreditei e fui logo buscar o nome dele no google, na esperança de que nada aparecesse, mas vieram vários links dando a mesma informação: "morreu aos 52 anos o cantor Chris Cornell".

Eu não conseguia acreditar e chorei. Cerca de cinco meses atrás eu estava a poucos metros dele assistindo o show mais lindo que já vi... aquela voz potente, aquele carisma, se apagaram. Isso me deixou muito triste e eu chorei. Era como estar perdendo um amigo... pode soar ridículo para quem ler isso, mas foi como senti. Embora seja um artista que nunca soube da minha existência, eu aprecio suas músicas, suas letras, e por muito tempo elas fizeram e fazem ainda parte de momentos da minha vida, por isso a sensação de proximidade e a sensação de perda.

Quando voltei do trabalho li outras notícias sobre sua morte, haviam confirmado na autópsia que ele se suicidou. E foi outro baque. Como? Por quê? O suicídio emudece, nos deixa sem reação, é pesado, difícil pensar no que leva alguém a tirar a própria vida. Ainda mais quando se olha para a pessoa e se conclui que ela aparentemente era feliz... eis o engano... felicidade não significa aparência. Jamais saberemos o que se passa no exato momento, se a pessoa é movida por coragem ou por medo extremo, ou simplesmente por não mais sentir qualquer coisa que a motive a continuar nesse mundo.

E pensar nesse mundo, nesse momento, nessa época em que vivemos também nos ajuda a entender talvez um pouco do que remotamente possa ser um dos porquês, é um mundo cada vez mais difícil de entender, de participar, um mundo cheio de desigualdade, cheio de misérias (humanas, morais, econômicas entre tantas outras misérias) que muitas vezes nos pode mesmo levar a pensar "qual é o sentido?" ou mesmo "então viver é isso, só isso?!".