domingo, 22 de abril de 2012

Saudade

Uma dor e uma saudade imensas, é o que eu estou sentindo agora. Ontem minha avó Domingas se foi... E nos deixou aqui com as lembranças, com a sua história, com o seu jeito forte e lúcido, com sua sabedoria dos 96 anos ao longo dos quais construiu uma grande e bela família. Sentiremos muita saudade, mas temos a certeza de que ela estará com Deus. Descanse em paz, vó Domingas. Nós te amamos muito.


terça-feira, 10 de abril de 2012

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes..."

Eu nunca me identifiquei muito com partidos políticos ou organizações sindicais. Talvez por não compreender totalmente o papel que eles desempenham (ou devem desempenhar). Ou, talvez pelo fato de eu ter dificuldades em aceitar a representatividade, por não ter muita confiança nos seres humanos providos do poder que lhe é investido pelos seus representados. Afinal há uma natureza corruptível nos seres humanos, ou só alguns vem com tal "defeito"? Não sei.


Há quase dois anos ingressei na Educação Pública Municipal como professora, mas só recentemente me filiei, ou associei, a um sindicato que reúne todas as categorias dos profissionais em Educação no município. Pois bem, neste pouco menos de um mês, me senti fazendo parte de um grupo que defende direitos comuns a todos ou que legitima os interesses da maioria, uma vez que vivemos (ou adoramos dizer que) em uma democracia, embora tivesse plena certeza de que sempre há politicagens e jogos de interesses.

Há uma semana os professores e demais trabalhadores da Educação municipal resolveram, por consenso, embora já naquele momento o presidente do sindicato, sr. Claudio Fonseca, tentasse convencer do contrário, entrar em greve em nome das reivindicações, para que estas fossem atendidas pelo governo. Hoje nos reunimos novamente para saber das propostas apresentadas pelo governo. Porém, estas ficaram aquém do que havia sido esperado por todos (ao menos a maioria), o que levou a uma divisão de opinião quanto a aceitação destas propostas e o fim da greve, ou a manutenção da greve e a rejeição às propostas do governo.

Foi aberta a votação das propostas que foram devidamente defendidas por todos que se inscreveram para subir ao carro de som e falar aos presentes na assembleia. Então veio a jogada de mestre do presidente do sindicato, que também acumula um cargo de vereador da capital paulista, sob um partido da base governista. Estava visivelmente claro e límpido, inclusive para os que votaram pelo fim da greve, que a maioria dos presentes votou pela sua continuidade. Mas não foi o que o presidente Claudio Fonseca "viu" ou "quis ver". Num ato totalmente covarde, absurdo, ele simplesmente desfez a assembleia dizendo que a greve, conforme a vontade da maioria dos presentes, estava encerrada.

Houve indignação manifesta por vaias, gritos, pedidos calorosos para que se refizesse a votação, mas nada atingia os ouvidos daquele que se acredita (convencido pelos votos sempre fiéis de seus "súditos") dono do sindicato.

Infelizmente a situação ficou delicada, chegando a ponto de terem chamado a polícia para dispersar os professores, a esta altura, tachados de "baderneiros" e "oposicinistas infiltrados de alguns partidos".

Ora, eu estava indignada. E não sou baderneira, tampouco faço parte de qualquer partido e muito menos estava lá "infiltrada". Mas senti revolta ao ver jogado no lixo o meu direito e o dos demais de poder expressar seu voto e tê-lo respeitado perante uma instituição que deveria nos representar. É uma situação totalmente absurda.

Pior ainda é ver como isto foi veiculado na imprensa, falo especificamente do pouco mais de um minuto que a tv globo dedicou para noticiar o fato, no qual apenas menciona a reinvindicação relacionada ao salário, mostrando a greve como se fosse um ato de simplesmente cruzar os braços e ficar em casa sem trabalhar. Mas não mostram que durante os dias de greve, muito foi feito para procurar divulgar para as pessoas todas as reinvindicações, procurando deixar claros os propósitos, os porquês. Escolas abriram suas portas para que os pais e alunos pudessem falar com os professores e funcionários, com o objetivo de esclarecer mesmo, de passar a informação que nem sempre os canais de comunicação estão dispostos ou interessados em mostrar.

Independentemente de posicionamento contrário ou favorável à manutenção da greve, fiquei impressionada com a forma com que tudo foi conduzido na tarde de hoje. Lamentável o desprezo do presidente sindical para com os que mantém o sindicato e para quem ele se destina.