segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O último dia do ano...


Hoje é o último dia do ano e tem sido inevitável pensar nas coisas que fiz durante o ano que está terminando. 2007 foi um ano bastante bom. Pessoas muito boas entraram na minha vida, outras infelizmente saíram. Vivi algumas situações novas e estranhas, chorei muitas vezes e também dei muitas risadas em outras. Saí do emprego de sete anos. Comecei a dar aulas de geografia num cursinho. Passei por um grande período de greve na universidade, neste que foi sem dúvida o ano mais agitado da graduação até agora. Conheci uma cidade linda onde me diverti com pessoas fantásticas. Coisas boas e nem tão boas aconteceram, mas com certeza aprendi muito e muito ainda tenho a aprender, certamente.

Todas as coisas por que passei, todas as pessoas que conheci, todos os lugares onde estive foram muito positivos. Se algum momento não foi agradável (e tiveram vários que não foram) me serviram também! A gente sempre pode aprender coisas nas mais diversas situações...

Mas agora vou deixar de lado esse ar de retrospectiva. Para muitas pessoas (eu também tendo a pensar assim) a mudança de ano não é mudança de vida e sim apenas uma mudança de calendário, já que no dia seguinte à festa as obrigações continuam, as contas a pagar continuam, os problemas também continuam, todos lá no mesmo lugar... Mesmo assim, acho válido esse clima de renovação, esse ânimo pelo ano que vem vindo, desde que não se leve tão a sério superstições do tipo "tem que usar roupa branca, tem que comer lentilha, tem que pular sete ondas, tem que comer sete uvas...", porque essas coisas realmente não me agradam...rs (meu lado ranzinza fala alto nessas horas)

E já que todo mundo faz pedidos e desejos para o ano novo, desejo que em 2008 todos tenhamos mais amor no coração, mais força mental, espiritual e física, mais saúde (também mental, espiritual e física). Que todos os nossos amigos mantenham-se presentes na nossa vida e nós nas deles. Que tenhamos a cabeça fresca pra lidar com as adversidades, que tenhamos sonhos a serem alcançados. Que todos sejamos sempre educados, mas que também saibamos extravasar nossas emoções quando preciso. Que tenhamos notícias boas, que sejamos felizes e que saibamos lidar com momentos tristes que porventura venham a ocorrer. E que a gente construa a paz todos os dias.

Encontrei um poema do Carlos Drummond de Andrade sobre o ano novo, que me parece muito oportuno =)

Não Precisa

Fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre


Um feliz 2008 para todos nós.

=)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Explicações - por Marcos Stefanini


Meu caro, para tudo há explicação, método, loucura, palpite, possibilidade de arriscar, chute, suposição, jogar dados e moedas em busca de repostas, regras, exceções, exceções de regras e regras de exceções, mas nada, absolutamente nada explica o vento encanado que se sente na linha azul do metrô paulistano!

Marcos Stefanini é um amigo que conheci pelo orkut. Estudante de Ciências Sociais na Unesp de Marília/SP. "Roubei" este texto do antigo orkut dele, mas os devidos créditos estão aqui! =)

sábado, 22 de dezembro de 2007

Mágico fenômeno




Eu não sou fã do Teatro Mágico, mas não posso negar que acho muito bonito o show deles e que gosto de algumas músicas. A primeira vez que os vi e ouvi (acho que foi no ano de 2005) havia poucas pessoas assistindo, afinal eles ainda não eram tão conhecidos. Fiquei admirada com a performance, nunca vi nada parecido antes (nem depois...rs). Eles misturam elementos do circo com música e teatro: é uma boa mistura. Enche os olhos e os ouvidos. Mas depois quando se analisa as letras e músicas com "frieza", alguma coisa fica meio falha. Mesmo assim, no meu gosto passam algumas, como a que coloquei nesse post (Uma parte que não tinha - composição: Fernando Anitelli).

Mas o que não gosto neles não é exatamente algo que tenha a ver diretamente com eles, mas com parte do público deles... =/ Da segunda e última vez que fui a um show (no começo desse ano) fiquei com preguiça de ficar na fila, não pela fila em si, mas por algumas pessoas da fila. Fanatismo em qualquer forma nunca me agradou. Nunca usei camiseta de banda nenhuma, nem das minhas favoritas, mas até aí tudo bem. Agora, pintar o rosto para ir ao show do Teatro Mágico? Não, isso é coisa que eu não faria. E não gosto de ver esse tipo de manifestação. Ok, cada um tem o direito de expressar seu gosto por quem quer que seja e da forma que bem entender. Mas também me reservo o direito de expressar minha opinião sobre isso. E não gosto mais de ir aos shows do Teatro Mágico por causa disso mesmo, porque me dá preguiça agüentar a moçada com nariz de palhaço e rosto pintado de branco, gritando pelo nome do Fernando, o líder e vocalista principal do grupo.

Bom, como disse no início, não sou fã, mas gosto de algumas músicas. E também acho que eles merecem reconhecimento pelo grande número de fãs que conquistaram da forma independente com que lançam seu trabalho. A divulgação é aquela na base do boca a boca, nada de gravadoras nem contratos... Como disse, no primeiro show que fui, há cerca de dois ou três anos atrás, poucos sabiam do que se tratava, hoje é raro alguém que não conheça ou que não conheça alguém que conheça, e isso porque eles não tocam nas rádios, nem aparecem na tv... até hoje só os vi uma vez na tv, e por sinal na tv pública, a TV Cultura.

Provavelmente eu receba xingos dos fãs mais fervorosos que porventura venham a ler esse post... Então de antemão ficam aqui minhas desculpas. Talvez um dia esse meu azedume passe e eu volte a freqüentar os shows. Ah claro. É importante frisar que não estou generalizando, coloquei em negrito que são algumas pessoas, não todas, mesmo assim, essas poucas pessoas que vi da última vez me tiraram o ânimo de ir vê-los ao vivo. Então por enquanto estou só ouvindo de vez em quando em casa mesmo...

O site do grupo é: www.oteatromagico.mus.br

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Offline


Engraçado é o status “aparecer offline” do MSN.

— Mas porque vc entra offline?
— Ah, só pra ver quem está. Dependendo, eu entro online.


E assim, ficam todos, e ao mesmo tempo, ninguém: todos escondidos e ninguém conversando. Os presentes, mutuamente sem se saberem presentes. Coisas da modernidade...

sábado, 15 de dezembro de 2007

Vazio


Sinto-me vazia. Vazia de idéias, vazia de vontades, vazia de esperança, de contentamento, de dúvida, de certezas, vazia de medos e de coragens. Vazia de ausências, de saudades, de aflições e de angústias. Vazia de gozos e de paixões, vazia de sentimentos, vazia de dor e de perdas. Vazia de tempo, vazia de espera, de tristeza. Vazia de desvarios, vazia de inconseqüências, de loucuras e de dinheiro. Vazia de lembranças, de pensamentos, de ilusões e de romances. Vazia de calma, de glória, de satisfação. Vazia de palavras, de frases, de sintaxes. Vazia de hipérboles, metonímias e paráfrases. Vazia de cigarros, de café e de sabores. Vazia até de dessabores. Estar vazio é ter todos os recipientes da alma cheios de nada. Estar vazio é não ter sobre o que falar, nem o que fazer, nem como fazer. Estar vazio é como não estar. É como não ser. Estar vazio deve ser parecido com morrer. A úncia diferença é que o vazio pode ser preenchido.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sobre o Natal

A árvore de natal sempre me despertou um certo fascínio. As luzes refletidas em enfeites dourados combinados com laços em fitas vermelhas e douradas, renas, bonecos de neve, papai noel, trenó, guirlanda, velas, presépio, o som dos sinos. Tudo isso, sempre me inspirou o famoso espírito natalino, e nessa época era sempre bom ver como as pessoas se sentem diferentes quando chega essa época do ano: vontade de ajudar uns aos outros, de se tornar uma pessoa melhor, de pensar nas resoluções para o ano que vem...

Mas de uns anos pra cá alguma coisa mudou. Como se a luz da minha árvore de natal tivesse queimado e deixado de me mostrar todas essas coisas que eu via antes. A verdade é que parece que outra luz é que passou a se acender e a me mostrar coisas além das que eu via. Minha confusão com relação a minha própria religiosidade tem me feito pensar sobre o Natal e sobre o comportamento das pessoas na época do Natal. É triste ver que o espírito natalino em muitos casos não é outra coisa senão hipocrisia.

A midia nos afoga com propagandas cheias de musiquinhas bonitinhas, emocionantes, até. Mas o que fazem no Natal não é nada além do que fazem sempre: oferecer seus produtos. Tudo bem, talvez essa minha posição pareça amarga, com um quê de desilusão. Talvez eu esteja me tornando uma pessoa chata. Mas a verdade é que eu não me sinto mais tão encantada com o Natal. Principalmente pelo fato de que enquanto em muitos lugares o clima é de festa, de união, de fartura, tem outro lado na história, tem gente que não sabe o que é o Natal ou que não tem o mesmo tipo de Natal que a televisão tenta nos mostrar...

Com isso, de um lado tem a atuação da televisão com imagens de um Natal ideal e do outro lado tem a questão religiosa. E eu fico no meio disso, pensando até que ponto estamos vivendo em função da tradição cristã de que o Natal é um momento de união no aniversário do nascimento de Jesus e onde começa a ser apenas o cumprimento de um protocolo, de um simples costume, que ninguém lembra direito qual o sentido disso (e aí entra o comércio/consumo desenfreados...).

Quantas crianças ainda escrevem carta para o Papai Noel? Muitas às vezes nem pedem brinquedos, pedem emprego para os pais, um lugar para morar, comida na mesa... Quantas crianças têm seu pedido atendido? Algumas dessas crianças talvez nunca tenham acreditado de verdade no Papai Noel, mas sempre acreditaram haver algum Papai (Noel ou do Céu ou da Silva, que fosse) que pudesse ajudar...

Tem uma música dos Smashing Pumpkins que faz pensar sobre isso... há uma certa ironia na letra e uma das frases da música diz: "Haverá brinquedos para todos", haverá mesmo?

Termino dizendo que eu não duvido da existência de Deus (é importante que se diga). Minha família é católica e certamente estaremos em casa à 0h00 do dia 25/12. Mas para mim será mais um Natal que passarei pensando e pensando sobre tudo que a acabei de escrever e sobre muitas coisas que se desenrolam a partir dessas.

Aqui vai o clipe "special edition" (por sinal muito engraçadinho =D) da música Christmastime dos Smashing Pumpkins. O link com a letra e tradução é este aqui: http://letras.terra.com.br/smashing-pumpkins/452546/ (O post ia ficar muito grande se eu colocasse a letra aqui...rs)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A Pessoa de Fora - por Melissa Cipoloni

Quem vê meus olhos - são negros - não me vê por dentro. Eles não são o espelho da minha alma... eles são o reflexo da minha escuridão, que brota de dentro pra fora.

Quem ouve minha voz, menina, pequena... não sabe a mulher amarga que grita e luta dentro do meu coração. Ela o rasga com cada grito de dor causado pelas feridas que a vida lhe fez e que ainda não sarou.

Quem vê minha calma e minha paciência, não sabe da inquietude que estremece meu ser. Não sabe que cada segundo da minha vida é conquistado com a agonia e com o desespero de quem não sabe se vai agüentar viver o segundo seguinte.

Quem me vê feliz, jamais imagina que a felicidade não existe.


Melissa Cipoloni é uma amiga querida que me atura quase todos os dias pelo MSN. É web designer, fotógrafa e também às vezes escreve coisas bonitas como a deste post.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Smile Way of Life!!


Eu sou fascinada por sorriso. Uma das primeiras coisas que olho nas pessoas é o sorriso. E acho que é algo de mais importante que temos. Eu não gosto muito de escrever sobre esse tipo de assunto, porque soa sempre piegas... mas eu acredito no poder do sorriso! Certas situações mudam de rumo quando alguém sorri. A gente freqüentemente passa por situações ruins, vê coisas horríveis acontecendo a todo momento, que às vezes a vontade que dá é de chorar! (e chorar às vezes também é muito bom). Porém, se pararmos pra pensar na diferença entre encarar uma situação sorrindo ou com cara "amarrada", tenho certeza de que nos saímos melhor quando estamos munidos de um sorriso.

Claro, não estou dizendo que rir elimina os problemas e nem estou fazendo apologia ao sorriso falso. Longe de mim. Se não dá mesmo pra rir, melhor ficar neutro então... Mas, como diz a Mafalda (do Quino) na figura que eu deixei fixa aqui no blog, "Sorria. É gratis, e alivia a dor de cabeça"...

Na cena final do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, o casal que passou por sérios perrengues, segue por uma estrada, sem saber direito como nem onde vão chegar, mas ele a faz sorrir, e assim, a caminhada se torna mais fácil... Uma bonita cena, que me faz pensar sobre a força do sorriso...

Estou numa fase meio hard da vida, e sei que não adianta nada perder a cabeça ou ficar de braços cruzados... o único jeito é encarar, e seguir adiante. Então, se eu sorrir pra vida, talvez ela sorria de volta, ou não. Mas pelo menos sorrindo, as chances de receber um sorriso de volta aumentam, assim como manter a testa franzida aumenta as chances de que me olhem também com a testa franzida...

Enfim, sorrir é um bom remédio. E sugiro, caso vc não seja adepto do "smile way of life", que vc comece a sorrir pra vida. Pode parecer estranho e bobo no começo, mas depois a gente pega o jeito e se acostuma. As coisas tendem a ficar mais leves. E se vc já é adepto desse estilo de vida, minhas saudações!!

Algumas pessoas que me conhecem podem pensar "nossa, a Paula falando sobre sorrir, sempre foi tão séria..." e eu digo que nessa vida nada nem ninguém é imutável... Além disso, sorrir não nos torna menos preocupados, é só uma maneira de lidar com a vida e com as situações...

=)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Comercial de Margarina



Devia ser bom se a vida fosse como num comercial de margarina... Acordaríamos sempre num dia lindo com o sol brilhando na nossa janela com cortinas brancas. Levantaríamos da cama com lençóis e edredons em tons pastéis e iríamos direto para a cozinha, onde haveria sempre uma mesa bem posta com frutas, leite, suco de laranja, pães, torradas, geléias e dentre outros itens, a margarina. A margarina seria como se fosse o elixir do bom dia...

— Benzinho, me passe as torradas?
— Claro, amorzinho!
— Hummmm essa margarina é uma delícia.
— E o dia vai ser melhor ainda!
— As crianças já se levantaram?
— Sim, estão se trocando para a escola.

Então as crianças, um garotinho de seis anos e uma “mocinha” de oito, desceriam impecáveis com seus uniformes escolares, felizes em direção à mesa da margarina... Tomariam seu café da manhã, dariam um beijo no pai e a mãe os levaria à escola... Não antes de darem ao Rex, o labrador, uma fatia de torrada com margarina (!), ao que Rex agradeceria com muita animação enquanto roeria a torrada besuntada de margarina.

E o resto do dia? Como seria? O pai iria terminar o café e o jornal e iria para o trabalho. Lá ele encontraria os colegas e os cumprimentaria com um “Bom dia!” digno de apresentador de programa dominical...

Depois de deixar as crianças na escola, a mãe iria à casa da amiga, bateriam papo, dariam risadas, e trocariam receitas culinárias que dentre os ingredientes, teria ela, a margarina, essa substância mágica que transforma o dia das pessoas...

Os comerciais de margarina geralmente só mostram a mesa do café da manhã (claro, visto que a margarina não é o tipo de produto que se consome ao longo do dia...rs), até porque de fato, uma vida como a que os vídeos abaixo tentam mostrar chega a ser desumana...rs Pessoas perfeitas, família SEMPRE unida à mesa, embora fosse bom, não existe. Pelo menos não mais, e se existe é coisa muito, mas muito rara =(

Se realmente a margarina X ou Y tivesse o poder de tornar as famílias mais unidas e as pessoas mais felizes, seria mesmo maravilhoso, mas infelizmente não é assim.

Mas que as crianças dos vídeos são umas gracinhas, isso é verdade!



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hoje quero defenestrar um desabafo.

Hoje eu quero defenestrar tudo o que me faz mal. Tudo o que direta ou indiretamente me faz ficar parada no tempo, que não me deixa avançar. Sentimentos que eu cultivei mas que por qualquer motivo que eu ainda não compreendi, não foram vividos. Quero defenestrar os pensamentos que me atormentam, as dúvidas que me atordoam, as imagens do que não aconteceu e que não acontecerá. Quero defenestrar esta vontade do que é impossível, do que é irrealizável. Quero que tudo isso escape das minhas mãos para a janela do infinito, do lugar dos sonhos perdidos. Quero defenestrar a dor que eu senti e que ainda não foi curada senão com mais dor. Quero defenestrar as ilusões que eu criei e que tive de apagar. Quero esquecer todo o sofrimento que passei por algo que não existia, a não ser aqui dentro. Atiro pela janela agora este desabafo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sexta-feira

Ela estava com pressa. Bolsa pesada, cadernos, agenda e jornal em uma das mãos, na outra uma garrafa d’água. Os cabelos despenteados não chegavam a dar aparência de descuido. Relógio no pulso. Ainda faltavam 30 minutos para o início da aula. Precisava imprimir um trabalho.

Ele estava cansado. Já estava trabalhando algumas horas além do que devia, sem pausa para descanso. Trabalhar o dia inteiro numa sala cheia de computadores era algo realmente fatigante, mas ainda assim aquela era uma boa oportunidade de trabalho, já que como estudante do período diurno, dificilmente conseguiria um emprego melhor.

Ela dirigiu-se então à sala de informática, onde poderia acessar seu e-mail e fazer a impressão. Após esperar por alguns minutos, até que um computador ficasse vago, tentou em vão abrir seu pen drive, que por algum motivo (sobrenatural?) era impedido pelo computador de mostrar o seu conteúdo. Ela então pediu ajuda ao monitor que estava no computador ao lado e, solícito, parecia estar esperando por tal pedido. Auxiliou no que foi preciso, dando-lhe explicações sobre o porque da resistência do computador em exibir o conteúdo do pen drive. Ela então enviou o arquivo para a impressora.

Ao final da impressão foi até o equipamento retirar o material impresso. Eis que o monitor, voltado para a impressora, aguardava com os papéis nas mãos. Ela, que havia notado desde o início a ternura que vinha dos olhos dele, perguntou se havia ocorrido algum problema na impressão. Ele, educado, disse que não, que apenas olhava o documento (que parecia ter despertado algum interesse no rapaz). Perguntou se ela havia extraído aquele material da internet, e a olhava com uns olhos suaves, quase afetuosos. Ela respondeu com olhos igualmente suaves, dizendo que o documento já estava salvo no pen drive.

A conversa muito breve não tinha sentido, senão por aquela leve e agradável troca de olhares.
Poucos segundos que para ambos ajudaram a amenizar o desgaste sofrido ao longo daquela tensa sexta-feira nublada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Leitura inocente sobre o nunca

Peço licença para postar um texto já meio surrado, que já apareceu nos meus blogs anteriores. Mas gosto dele, então aqui vai novamente...

Nunca: palavra pesada como poucas sentenças punitivas conseguem ser. Palavra tão definitiva quanto difícil de escutar (porém muito fácil de dizer). Será?

Nunca não é um sujeito, não é um lugar e nem é um tempo. Nunca é simplesmente algo que à algumas pessoas fere, mas algo que ao mesmo tempo, contraditoriamente, pode até significar salvação de alguma situação: "Nunca mais pisarei naquele lugar imundo", "Nunca mais precisarei fazer aquilo", "Nunca mais voltarei a ver ou falar com Fulano"... e assim, dizendo o nunca, nos sentimos salvos.

Mas o nunca será mesmo assim tão definitivo? Será que ele não é mais um cara com cara de mau, mas que no fundo nem é tão mau assim? É que às vezes o nunca é interrompido. Ele às vezes dá espaço para um talvez. O talvez é aquele cara indeciso ou aquele cara que pondera... Mas o nunca gosta de prevalecer, porque como disse, ele é fácil de ser dito. E assim as pessoas dizem "Nunca!!" e outras retrucam "Nunca diga nunca!". O que querem dizer? Estão desacreditando do nunca? Ou o estão temendo?

É... o nunca é complicado. Porque é uma palavra carregada de ambigüidade. Não no sentido do dicionário. Nunca é nunca, jamais e ponto. Ambígua em suas aplicações, pois pode ser dita hoje, como sendo uma sentença de morte, para depois, talvez amanhã mesmo, ser ignorada, como se tivessem lhe arrancado toda gelidez que havia quando fora pronunciada, deixando o nunca nu diante da mudança, como se lhe tirassem a autoridade, como se ele tivesse sido usado apenas pela imagem que tem, e não pelo seu real significado...

Nunca é muita coisa. Nunca é jamais. E como podemos prever que jamais acontecerá alguma coisa novamente? Como prever que jamais voltaremos a sentir ou pensar alguma coisa? Como prever que jamais voltará a acontecer o que o nunca decretou que não aconteceria? Difícil, né...

Para uns o nunca dá medo, para outros, ele não exerce mais nenhuma influência. E é assim que as palavras vão perdendo seu sentido. Muitas vezes quando são ditas assim, à torto e à direito, acabam mesmo correndo risco de perderem seu sentido... E o nunca, agora, pelo menos para mim não tem nada de definitivo. É uma palavra 'oca', como se quisesse impor algo que não consegue mais. Uma palavra derrotada, desapropriada do seu poder em um mundo completamente vulnerável a mudanças.

Acho que eu só voltaria a acreditar no nunca se eu pudesse ir viver na Terra do Nunca. Ali sim ele deve reinar, glorioso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pensamento em branco

Animada com a idéia de voltar a ter um blog, pensou em como o administraria. Uma postagem por dia. Sim, parecia uma boa meta... mas será que conseguiria manter esse ritmo, quer dizer, será que todos os dias ela teria algo a escrever? E será que a cada dia ela teria apenas 1 coisa sobre o que falar? Parecia que não... então resolveu fazer assim: quando estivesse com pique para escrever, escreveria tudo sobre tudo o que tivesse na cabeça e deixaria salvo em uma pasta. Assim, compensaria os dias em que não tivesse nada para escrever e com isso a chance de haver no mínimo uma postagem por dia ficaria maior.“Poxa, que pensamentozinho mais fútil”. Ela sabia que não era possível postar todos os dias. Além disso, havia a possibilidade de que logo ela se cansasse do blog e o excluísse outra vez. E afinal, por que é que alguém iria pensar em quantas vezes por semana o blog é atualizado? Ora, mais importante do que pensar na quantidade era pensar na qualidade, e isso ela sabia que teria que desenvolver muito ainda. Mas havia coisas em que ela pensava mesmo sem querer, e naquele momento, naqueles três minutos era nisso que ela havia pensado: em postar ao menos 1 vez por dia. Depois olhou para si e percebeu o quanto aquilo tudo era ridículo. Ninguém pensa sobre isso. Quem realmente escreve simplesmente se preocupa com a qualidade do que vai postar. Por isso resolveu defenestrar aquela folha. Aquilo era realmente algo que merecia ser atirado pela janela. Mas como não fazia porquices desse tipo, não jogou o papel pela janela. Achou melhor publicar aqui.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Outro blog, outra vez...

Aqui estou eu maaaais uma vez criando um blog.

Afinal porque é que eu crio blogs e depois de um tempo eu os excluo? Será que eu não gosto da idéia de ter blog? Mas gosto da idéia de poder escrever o que eu quiser e publicar para quem quiser ver...

Será que é só por vergonha? Talvez. Eu sempre usava nomes fictícios.

Mas não importa... aqui estou eu outra vez, com outro blog.

O nome, Defenestrações, é o mesmo que eu usei na última vez que fiz um blog, e que durou apenas um final de semana. Três postagens e o excluí. Mas agora espero deixar que este continue por mais tempo, mesmo que em alguns momentos eu não sinta vontade de usa-lo.

Eu acho "Defenestrações" um bom nome, já que defenestrar significa atirar coisas pela janela, e é mais ou menos o que eu faço num blog: escrevo coisas e atiro pela janela, a janela da internet.

Talvez eu use o blog como diário, ou talvez como um repositório de tentativas frustradas de bons textos ou poemas, quem sabe eu um dia consiga escrever alguma coisa bacana? Nada é impossível...rs

Hoje, 7 de novembro de 2007. Lá vou eu começar outro blog, outra vez...