terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabéns, São Paulo!

"São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
São oito milhões de habitantes
De todo canto em ação
Que se agridem cortesmente
Morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Caseados à prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito


São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo centro da cidade
Armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
Um palavrão reprimido
Um pregador que condena
Uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito


São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Santo Antonio foi demitido
Dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica
Casam pela TV
Crescem flores de concreto
Céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
E aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito


São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo"

Tom Zé

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Para que um blog, afinal?


Desde que comecei a criar blogs (porque este não foi o primeiro) tinha em mente que teria um lugar onde poderia depositar permanentemente as coisas que eu rabiscava em folhas aleatórias de cadernos. De início tinha a pretensão de que meus textos pudessem ser lidos e comentados por outras pessoas dessa rede mundial que porventura compartilhassem das mesmas sensações que eu tentava colocar nas coisas que eu escrevia. Nunca havia pensado em usar o blog como um diário, não pensava em usá-lo para escrever coisas do meu dia a dia, nem para falar de algum assunto específico, era só um jeito de juntar as coisas que de vez em quando tinha vontade de escrever.

Só que esse negócio de internet é meio louco. Muito, na verdade. Pensar que ao mesmo tempo em que a minha página quase não recebe visitantes, ela pode muito bem ser lida por qualquer pessoa me deixa sempre receosa na hora de clicar em "PUBLICAR POSTAGEM". Assim, fui acumulando um monte de rascunhos que não consigo botar janela à fora.

Porém, nos últimos meses fiz ao menos alguns amigos nessa blogosfera, que sempre que podem me visitam para trocar dois dedinhos de prosa. São pessoas que eu conheço um pouco a cada postagem que leio e que aprendi a admirar. Com isso percebo que vale a pena manter um blog, porque é uma forma de trocar ideias com pessoas interessantes que embora não encontremos no ônibus, na praça ou no trabalho, temos possibilidade de ter por perto graças a tecnologia da internet, que eu sempre olhei de forma desconfiada, mas que agora estou aprendendo a utilizar melhor a cada dia.

Eu não sei direito que rumo estas defenestrações vão tomar daqui pra frente, porque não escrevo mais tanto quanto antes (e mantinha arquivado, coisas que hoje não faz mais sentido publicar mesmo), mas vou procurar me censurar menos e usar este espaço pra realmente escrever e defenestrar tudo aquilo que eu sentir que devo, mesmo que minutos depois eu ache que não faça sentido, ao menos fazia no momento em que escrevi.

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Imagem retirada daqui

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Triste


Eu gostaria de escrever agora sobre outras coisas mais importantes, mas não estou conseguindo. A posse de Dilma, as chuvas diárias, o aumento da passagem do ônibus... mas no momento meu umbigo me parece o mais relevante dos temas. Desde o último dia de 2010 estou muito mal pelo que me parece ser o fim de uma amizade que eu considerava muito importante. Até agora não consigo entender direito o que aconteceu, embora compreenda exatamente, ao mesmo tempo. O que mais me deixou triste foi ter sido pega totalmente de surpresa e via email. Alguns parágrafos puseram fim ao que eu acreditava ser uma verdadeira amizade, por aparente desgaste causado por um processo contínuo de suportar o insuportável, ao que eu pude entender. O peso da franqueza caiu de uma vez me fazendo desabar junto e, diante da verdade que veio de uma amiga como se viesse de uma inimiga. Sim, seria confortável para mim me colocar no papel de vítima e chorar a perda de uma amizade querida. Mas sei que há razão para o que aconteceu. Eu tenho meus defeitos e posso ter errado em muitos momentos, mas o que me deixou triste mesmo foi o modo como tudo foi exposto, como se fosse proposital a irreversibilidade da situação, como um fim premeditado. Mas não posso fugir do fato de que eu preciso voltar a rever minhas atitudes, cuidar do modo como tenho organizado minha vida, como venho lidando com tudo e com todos. Como sempre, as situações ruins são as que mais nos ensinam... o que eu tenho que fazer agora é tentar ficar bem e colher o aprendizado que essa situação ruim traz.