segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Pitada de surrealismo


Gato listrado com sabão roxo. Caiu no plaftplum forrado de lemistomantes tomates azuis que cantarolavam pesados teares de espuma de sabão. Na noite clara e nevada do verão xadrez que veste um colossal televisor prateado com sonoros azeites de caramelo azedo. Espalhou-se sobre a calma da senhora verde com quadros alegres sob os pés de mãos. Nada tinha a dever aquela imagem aos sonhos irreais que irrefreados pulavam das teclas de seu computador de plástico. Como fosse o gato um gato que latia, só poderia ser ele listrado. Fosse xadrez seria um gato que urra. E estes não andavam com sabões roxos. A senhora miava que não podia ser verdade. Que nada havia com nome lemistomante, mas plaftplum havia. Sumiu no ar como nuvem que explode. Era verde porque miava. Se uivasse seria vermelha. O gato entrou no muro de barro que tinha uma cauda de pavão de bolinhas. Sumiu listrado dentro do muro com o sabão roxo. Foram inventados numa folha sem cor, sem pauta, sem mãos e sem portas. Foram inventados e exterminados, como coisa que se escreve e depois desmancha.

Quadro do espanhol José Manuel Merello, que faz arte expressionista e surrealista em belíssimos quadros.

3 comentários:

  1. Texto tão expressivo e abstrato quanto a imagem.

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  2. Interessante. (:

    Blog bacana. Parabéns.

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  3. Olá, vim retribuir sua visita e adorei o que vi por aqui. Blog Cabeça com certeza.

    Bjnho..
    Sabichona

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