sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Anotação para meu psicoterapeuta imaginário

Não sei lidar com o tempo. Não sei explicar o que acontece. Esse ritmo frenético de constante conexão pelos meios tecnológicos (internet, celular) me faz sempre ficar pra trás, sem perceber o quanto o tempo passa rápido e eu já estou há meses sem falar com pessoas que eu gosto.

E o que acontece é que quando vou tentar contato, percebo que a coisa soa artificial, porque parece que algo ficou adormecido, ou desligado. Dá uma sensação como se as coisas acontecidas durante o tempo de afastamento tivessem tornado os interesses incompatíveis... a conversa não engrena no mesmo ritmo, as piadas já não acontecem do mesmo jeito, nem a fala é mais parecida com o que era antes, será que ainda posso usar aquele apelido?

Me sinto muito mal por não conseguir levar a vida de um jeito normal - ou próximo do comum, já que até hoje ninguém conseguiu definir normalidade de um jeito definitivo. Minhas coisas são sempre atrasadas, eu tô sempre em cima da hora, sempre perdida, sempre enrolada, ao mesmo tempo em que quase nada acontece.

Eu sei que devia procurar um médico. (Ou, talvez, um louco.)

Mas me limito a sentar e escrever uns rabiscos pra tentar organizar um pouco dessa angústia que eu tô sentindo aqui agora. E me pergunto: quanto mais vai me custar esse jeito distraído de estar no mundo?

2 comentários:

  1. Interessante seu ponto de vista.... também sinto a distância das pessoas. Parece que as coisas mudaram. Meus amigos virtuais são mais próximos dos que vivem aqui próximo a mim... "sempre perdida, sempre enrolada, ao mesmo tempo em que quase nada acontece."

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  2. Alô Paula!!!
    Ai....fica "relax" não se angustie...você que faz o tempo..não crie espectativas...simplesmente ligue e converse se seu amigo(a) não entender ou não se interessar a culpa ou o problema não é necessáriamente você.
    Vou te contar um segredo: hoje em dia as pessoas olham cada vez mais para o próprio umbigo e ai tudo não diz respeito a elas não tem imporância. Então paula viva o tempo Kairós o tempo de agora.

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Só não vale usar de má educação. O respeito deve vir em primeiro lugar!